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Enviada em: 17/04/2019

José de Alencar e outros autores do romance indianista procuraram relacionar a história do índio com o meio ambiente. Esse modo de se utilizar da natureza, no entanto, não é mais o que prevalece no mundo, já que o homem, desde muito antes desse período da literatura, busca o lucro a qualquer custo. A fim de satisfazer essas vontades, a sociedade deixou de prestar atenção aos impactos da cultura desenfreada de exploração, causando diversos desastres naturais, além de uma educação paradoxal sobre a natureza.           Com efeito, é preciso compreender de que modo ocorre a exploração. O homem retirou do meio ambiente muito além do necessário. Isso porque nosso modo de viver está intimamente associado ao que é supérfluo. Como cita Zygmunt Bauman, em Modernidade Líquida, “vivemos em tempos líquidos, nada é feito para durar”. Essa superficialidade, então, torna-se cada vez sobreposta por novas vontades, em um ciclo vicioso de oferta e procura, que só desvaloriza a matéria-prima de cada produção em massa. O que antes era uma exploração irresponsável que trazia frutos, hoje, no cenário capitalista, tornou-se escasso e necessitado de preservação.       Essa escassez trazida com o processo de desenvolvimento retoma o pensamento de que a natureza não possui força de regeneração diretamente proporcional à capacidade de degradação. Precisamos extrair de forma consciente, para ajudar esse processo natural de reparar os danos feitos. Tal necessidade é vista no desastre de Brumadinho, em que uma barragem de mineração rompeu, destruindo moradias e afetando a fauna e flora local. O paradoxo entre o progresso e a destruição traz em evidência a reflexão de que mudanças precisam ocorrer no comportamento irregular do ser humano sobre a vida.       Fica evidente, portanto, que o modo com que a humanidade conduz seu progresso precisa ser mudado, para que o desenvolvimento e a natureza convivam de modo harmônico. Faz-se necessário que haja a promoção de ações governamentais, por parte do Ministério do Meio Ambiente, em que haja uma fiscalização mais eficiente e multas mais severas para as empresas que não cumprirem as limitações estabelecidas. Além disso, a ONU deve promover, também, propagandas evidenciando o impacto da degradação da natureza, a nível global. Somente assim será possível que o homem entenda que ele é parte da fauna e flora e que não está acima delas.