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Enviada em: 29/04/2019

Percebe-se que desde o Iluminismo - processo desenvolvido para corrigir as desigualdades sociais - uma sociedade só evolui quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa os altos índices da prática de crimes ambientais no Brasil, verifica-se que esse ideal iluminista é constatado na teoria e não, desejavelmente, na prática. Devido isso, a problemática persiste intrinsecamente ligada à realidade do país. Nesse contexto, convém analisar as principais causas de tal postura negligente para com a sociedade brasileira.   Primeiramente, é inegável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema. Segundo o filósofo da educação, Paulo Freire, se a educação, por um lado, não altera o mundo, por outro, sua ausência torna inviável qualquer mudança. De maneira análoga, tal fato se reflete nos ínfimos investimentos governamentais em medidas na base educacional que incentivem o ensino em escolas públicas sobre a importância da preservação ambiental e as consequências que os crimes ambientais podem causar ao país e, devido à falta tanto de administração quanto de fiscalização pública, por parte de algumas gestões, isso não é firmado.   Por conseguinte, atrelado à falta de investimentos governamentais na educação brasileira, as altas taxas de desdenho social acerca dos impactos ecológicos causados pelos crimes ambientais é um impulsionador desse impasse. Nesse sentido, o sociólogo Durkheim afirma que o fato social é uma maneira coletiva de agir e pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Ao seguir essa linha de raciocínio, nota-se que é de extrema necessidade que ocorra uma mudança da mentalidade social para que haja uma transformação gradativa das atitudes sociais sobre tal ação prejudicial.   Portanto, é mister que indivíduos e instituições públicas cooperem para atenuar a problemática. Para que ocorra a conscientização da sociedade a respeito do problema, cabe ao Estado em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente, promover campanhas de abrangência nacional, por meio de redes televisivas e sociais, uma vez que tal ação contribuirá a transpor a reincidência da prática de crimes ambientais no território brasileiro, viabilizando uma melhoria na preservação dos recursos naturais. O Governo Federal, por sua vez, deve, por meio do Poder Legislativo, aumentar as verbas públicas destinadas à educação, proporcionando uma melhora na qualidade de ensino das escolas públicas, além de realizar palestras em praças, escolas e universidades sobre como os crimes ambientais podem causar danos à população e a natureza. Somente assim, o Brasil se tornará um país que pratica os ideais iluministas, o que beneficiará toda a população.