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Enviada em: 22/04/2019

Quantas vezes Mariana?                  Embora a importância da natureza esteja cada vez mais clara para a humanidade, tragédias ambientais continuam a ocorrer no Brasil. De fato, condições necessárias para que se evitem comportamentos imorais e anti-éticos das empresas, como punição criminal e fiscalização, não são tomadas e as consequências são reincidências e mortes.             Segundo Locke, a humanidade garantiu legitimidade a força do Estado, mas este parece selecionar os que podem ou não ser penalizados de acordo com a sua conta bancária. Visto que os responsáveis por Mariana ainda não foram punidos e o processo criminal está parado desde 2018, sem prazo para ser retomado. O que exemplifica como as leis brasileiras são frágeis diante de centenas de advogados que esses executivos podem contratar. Sendo assim, é de se esperar que grandes empresas gastem dinheiro com barragens mais seguras se aquela de Brumadinho são mais baratas e o país falha quando tenta puni-las por alguma transgressão.               Dessa forma, o Estado está onde não deveria estar e há vácuo onde deveria. Como visto acima, as leis criadas e aprovadas por parlamentares são cheias de brechas para os ricos, o que demonstra um trabalho mal feito, embora gostem de apadrinhar funcionários de agências reguladoras. Então, esses políticos atrapalham duas vezes o meio ambiente brasileiro. Até o início de 2019, nenhuma lei foi criada depois do crime ocorrido em Mariana, nem na Assembleia Legislativa de Minas Gerais nem no Congresso Nacional, tudo isso está relacionado ao forte Lobby das mineradoras e o impacto que suas receitas possuem nas contas dos Estados.             Logo, o Estado brasileiro precisa endurecer as regras para projetos tão grandiosos como mineradoras e cumprir sua função. É preciso criar leis que garantam a independência de agência reguladores e os seus diretores possam escolher seus presidentes, impedir a construção do tipo de barragem como a de Brumadinho, obrigatoriamente criar planos de emergência para todos os empreendimentos e garantir a prisão preventiva dos responsáveis quando houver mortes, afinal, não só multas resolvem o problema. Com esssas atitudes tomadas, as minerados serão mais responsáveis com a natureza e a vida humana.