Materiais:
Enviada em: 03/05/2019

Césio 137, vazamento de óleo na Baía de Guanabara, desertificação do cerrado, rompimento de barragens em Mariana (2015) e Brumadinho (2019). Esses são alguns dos recorrentes desastres ambientais ocorridos no Brasil. Eles provocaram a destruição de ecossistemas em equilíbrio em prol de um desenvolvimento industrial pouco sustentável. Segundo Roger Scruton, no livro Filosofia Verde, o meio ambiente é o problema político mais urgente de nossa época. Dessa forma, uma catástrofe destrói populações, comunidades, culturas e modos de viver. Diante desse cenário, crimes ambientais, como o de Brumadinho, ocorrem devido a flexibilização de leis e educação ambiental precária.        A priori, a flexibilização de leis ambientais, mediante mecanismos do Legislativo e Judiciário, prologa os processos e facilita a impunidade. Isso pode ser explicado pelo que ocorreu, em 2012, durante alterações no Código Florestal brasileiro. Nesse momento, houve redução no âmbito de fiscalização do Ibama e outros órgãos competentes. Tal crime ocorreu mesmo diante de protestos da população, ambientalistas e organizações como a ''Greenpeace''. Nesse cenário, empresas ficam mais livres para explorar e destruir ecossistemas, como ocorreu no desmoronamento da barragem de  Mariana em 2015. Desastre, esse, sem julgamento nem pagamentos de indenizações as vítimas até hoje.        A posteriori, a educação ambiental precária resulta numa população com reações emotivas e pouco técnicas diante de impactos ao meio ambiente. Esse comportamento emotivo do brasileiro já foi debatido pelo sociólogo Roberto da Matta e relacionado a problemas sociais. Tal fato pode ser argumentado na comparação em que o Brasil por não ter movimentos tectônicos recorrentes, como o Japão, não investe tanto em treinamento de segurança em situações de enchentes, incêndios, queda de raios nem casos de contaminação de água. Nesse contexto, nossas escolas, com raras exceções, como o Colégio Positivo Internacional em Curitiba, são ineficazes na formação de cidadãos capazes de entender desenvolvimento sustentável e a dimensão política, social e ecológica de um crime ambiental.        Para resolver tais problemas, o Ministério Público pode, através de uma comissão ambiental( formada por especialistas), fiscalizar a implantação das leis ambientais, tanto pelo Estado como pelas empresas privadas, para acompanhar tais processos de forma rígida. Além disso, as escolas de ensino fundamental( professores de ciências naturais e humanas) poderiam utilizar duas horas semanais para realizar treinamentos e debates, envolvendo primeiros socorros e desastres ambientais, para que haja a formação de cidadãos mais técnicos e atentos ao perigo de flexibilizar protocolos de segurança. Assim, a recorrência de crimes ambientais será um problema político brasileiro amenizado.