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Enviada em: 08/05/2019

Na mitologia grega, Sísifo foi condenado por Zeus a rolar uma enorme pedra morro acima eternamente. Todos os dias, Sísifo atingia o topo do rochedo, contudo era vencido pela exaustão, assim a pedra retornava à base. Hodiernamente, esse mito assemelha-se à luta cotidiana contra o rompimento de barragens como Brumadinho. Nesse contexto, não há dúvidas de que a reincidência de crimes ambientais é um desafio no Brasil o qual ocorre, infelizmente, devido não só à negligência governamental, mas também a ganância humana.         É indubitável que a questão constitucional e a sua aplicação estejam entre as causas do problema. Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser utilizada, de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, a corrupção na fiscalização rompe com essa harmonia, haja vista que os favores para as empresas predominam sobre os aspectos técnicos. isso significaria que alianças e lobby políticos seriam critérios mais usados do que laudos e perícias de profissionais especializados. Tal fato pode ser ratificado pelo Relatório da Agência Nacional das Águas (ANA) divulgado no fim de 2018 apontava 45 barragens com risco de rompimento.       Além disso, destaca-se a ganância do ser humano como impulsionador do problema. De acordo com sociólogo Durkheim o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar das pessoas. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que muitas vezes, lamentavelmente, isso fruto de um problema histórico, já que o homem, desde sempre, colocou o lucro acima do planeta. Exemplo disso, são as queimadas e desmatamento da Floresta Amazônica que cresceram cerca de 20% desde 2008 devido à exploração ilegal de madeira. Mudanças são necessárias, as pessoas precisam de discernimento e responsabilidade ao se utilizarem do meio ambiente, para que verdadeiras tragédias, como a de Mariana e Brumadinho não voltem a acontecer.       Infere-se, em vista disso, que há entraves para garantir a solidificação e políticas que visem a construção de um mundo melhor. Para isso, instituições internacionais, como a ONU, deveriam, juntamente a organizações como a União Europeia e os BRICS, pensar em políticas públicas de regulamentação sobre a utilização dos recursos naturais, além de desenvolver medidas punitivas aplicáveis a empresas ou Estados responsáveis por acidentes. A responsabilidade é a palavra-chave, para que não haja retrocessos. Desse modo, a realidade distanciar-se-á do mito grego e os Sísifos brasileiros vencerão o desafio de Zeus.