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Enviada em: 09/09/2019

Desastre em Brumadinho: uma tragédia anunciada       Brumadinho, um município de Minas Gerais, localizado na região metropolitana de Belo Horizonte, enfrentou um grande desastre ambiental, no dia 25 de janeiro de 2019. A barragem de rejeitos de minérios de ferro da Mina do Córrego do Feijão, da mineradora Vale, rompeu-se liberando uma montanha de lama, que destruiu a comunidade próxima e construções da própria Vale (o refeitório e o prédio da mineradora), causando não somente prejuízos financeiros e ambientais, mas também a morte de mais de 200 pessoas.       Um levantamento feito pelo pesquisador Henrique Rosmarinho Alves, publicado em 2015, mostra que a destruição de barragens é frequente no Brasil e, na maioria dos casos, deixa mortos, além do impacto ambiental. Nas últimas duas décadas, houve pelo menos outras nove tragédias envolvendo barragens. Além de Brumadinho, temos outro exemplo recente de rompimento de barragem, no dia 5 de novembro de 2015 em Mariana, também no estado de Minas Gerais, houve o rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Fundão, controlada pela Samarco, esse acontecimento é considerado um desastre industrial que causou o maior impacto ambiental da história brasileira, e se tratando de barragens de rejeitos, é considerado o maior do mundo, com um total de 62 milhões de metros cúbicos cobertos por lama e cerca de 19 mortes. A tragédia em Brumadinho é resultado, em primeiro lugar, da impunidade do desastre de Mariana. E também de anos de um Estado ausente, incompetente e corrupto.       Esses desastres citados podem ser considerados crimes ambientais, pois houve irresponsabilidade por parte das mineradoras que não adotaram as devidas providências para esse tipo de desastre. O Procurador da República, José Adercio Leite Sampaio, que trabalhou nesses desastres deu a seguinte declaração à revista Negócios: "Nada mudou desde então. Se você pega relatos meus dos últimos anos, sempre vinha dizendo: se não mudarmos os parâmetros de gestão das barragens e, se o poder público não adotar medidas de fiscalização efetiva, teremos outras tragédias. E foi o que aconteceu", ou seja, nada foi feito para que houvesse mais acontecimentos como o de Mariana.     Para que isso não volte a acontecer, o governo deve cobrar e fiscalizar mensalmente as mineradoras. As mineradoras devem aplicar sistemas eficientes de alerta para a evacuação da população, caso aconteça novamente. O governo deve aplicas leis e punições mais rígidas para esse tipo de crime ambiental.