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Enviada em: 25/06/2018

As obras do poeta indianista José de Alencar discorrem a respeito da exaltação da natureza. Apesar de toda a subjetividade, a trama serve como um gancho para abordar a respeito das práticas sustentáveis a partir do momento em que é corroborada a dicotomia existente entre preservação e tendências de exploração exacerbada. Dessa forma, discorrer sobre a temática e seus impactos no âmbito social e político: eis um desafio à contemporaneidade.     É necessário considerar, antes de tudo, o real significado de sustentabilidade. Os povos autóctones – protagonistas nas obras de Alencar - são marcados pela cultura de subsistência, ou seja, usufrui da natureza apenas o essencial para sua sobrevivência. Nesse sentido, é notório que as tentativas de obter atos sustentáveis não são máximas exclusivas das sociedades modernas. Afinal, a modernização trouxe consigo obstáculos a serem vencidos como, por exemplo, a degradação ambiental em prol do consumo humano. Embora haja tentativas de preservar os bens naturais para gerações futuras pautadas, principalmente, em conferências e acordos ecológicos como, por exemplo, Rio+20 e Protocolo de Kyoto, respectivamente, a sociedade caminha em sentido retrógrado.     Convém analisar, também, que o consumismo latente é um dos principais obstáculos que dificultam a resolução da problemática. O advento da Revolução Industrial é estopim para o amplo uso de recursos ambientais. Pois, uma vez que a sociedade é marcada pela efemeridade e fluidez das relações - postulado exposto pelo sociólogo Zygmunt Bauman -, é introduzida no setor de consumo a tendência de atender aos anseios antropocêntricos. Tal fato é corroborado pelo rompimento da barragem da mineradora Samarco, recente tragédia que assolou Mariana, em Minas Gerais, afetando ecossistemas e, até mesmo, moradores. Desse modo, a necessidade de satisfazer os anseios individuais gera, consequentemente, um antagonismo ao tratar-se do quesito sustentabilidade.     Fica claro, portanto, que para tornar viável a efetivação da postura sustentável, fazem-se necessárias resoluções para a plena efetivação de seu conceito. É de suma importância que ONGs junto com o Ministério do Meio Ambiente invistam e fiscalizem as leis já existentes, por meio de políticas públicas que visem à preservação e uso controlado dos patrimônios ecológicos, além de desenvolver medidas punitivas aplicáveis a empresas ou Estados responsáveis por acidentes. Por fim, a mídia, como grande formadora de opiniões, deve utilizar a ficção engajada ou jornais na tentativa de mudar a postura individual acerca da utilização do meio ambiente, seja por meio do uso de dados, matérias jornalísticas ou documentários sobre as consequências dos impactos ambientais. Só assim, com a mobilização de um todo, haverá mudanças na liquidez de Bauman.