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Enviada em: 12/06/2018

Segundo o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser relacionada a um organismo, o qual cada membro desempenha funções interdependentes que interagem entre si para o bom funcionamento do mesmo. No entanto, esse pensamento está distante da sociedade  brasileira, posto que a doação de órgão, na contemporaneidade, ainda é um percalço a ser superado. Desse modo, alguns fatores que impedem na realização desse eventos devem ser revistos, dentre eles, a recusa familiar e distribuição dos profissionais de saúde no território nacional.       Convém ressaltar, a princípio, que a falta de informação qualificada é um dos fatores que induzem à recusa familiar. Isso porque a maioria das pessoas pouco sabem que a morte cerebral é um problema irreversível, assim, essas se sentem desconfortadas para autorizar o procedimento de doação de órgãos. Dessa forma, consoante aos dados oficiais divulgado pela mídia, mais de duas mil pessoas morrem por ano à espera de um transplante. Além disso, as causas das mortes encefálicas advêm de causas abruptas, o que deixa os familiares mais voláteis ao sofrimento e, necessitando de um maior tempo para tomar a decisão, sendo que o tempo se torna crucial para o fim da vida útil dos órgãos. Logo, é incontrovertível que a falta de informação corrobora para o baixo índice de doadores no país.        Outrossim, cabe pontuar que a má distribuição dos médicos no amplo território nacional contribui efetivamente para o decréscimo do contingente de doadores. Isso pode ser explicado conforme o dado concreto, pontuado no site do Governo Federal, que o número de profissionais de saúde no Nordeste é três vezes menor em relação à região Sudeste. Tal situação, proporciona uma deficiência, muitas vezes, no número das equipes e, consequentemente, as regiões com menores quantitativos de profissionais qualificados dependerão da disponibilidade dos médicos, visto que essas áreas possuem poucos especialistas. Assim, a melhor distribuição desses tonifica a melhoria desse serviço.       Diante do exposto, torna-se indubitável que ainda há entraves no que concerne à doação de órgãos no Brasil. Portanto, cabe ao estado intensificar as campanhas comunitárias que mostram de modo aprofundado casos capazes de esclarecer sobre a morte encefálica e fomentar a empatia. Essa medida poderá ser veiculada através de novelas, propagandas e cartilhas, a fim de gerar a convicção de que a doação salva vidas. Ademais, o Ministério da Saúde deve ofertar mais vagas de residências  médicas nas regiões interiorizadas, com intuito de aumentar a distribuição de capacitados nessas regiões. Dessa forma, o organismo do pensamento durkheimiano poder-se-á exercer todas as funções de modo que forneça ao coletivo um bem-estar social.