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Enviada em: 04/09/2018

A série Grey's Anatomy, que apresenta o dia a dia de médicos e residentes do hospital Seattle Grace, mostrou em uma de suas temporadas, o drama vivido pelo paciente Denny Duquette que representa fielmente algo que ocorre diariamente nos hospitais brasileiros - a longa fila de espera por um transplante de órgão. Hoje, no Brasil, há uma grande dificuldade em conseguir que as famílias doem os órgãos de seus falecidos. Nessa perspectiva, torna-se impreterível discutir acerca dos  dilemas da doação de órgãos no Brasil.       É pertinente, de início, ratificar a importância de preparar o profissional da área da saúde a lidar com as famílias no momento da perca, bem como a necessidade de o mesmo possuir empatia na hora de solicitar a doação. Nesse sentido, apresenta-se dados apurados pela Revista Fapesp - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - a qual mostrou que o número de famílias que não autorizam a doação de órgãos e tecidos de parentes com diagnóstico de morte encefálica aumentou significativamente no Brasil. Ainda segundo Bartira Roza, professora da Unifesp e coordenadora de estudos acerca da doação de órgãos, o motivo da não autorização deve-se ao fato da abordagem feita pelo profissional ser mecânica e muitas vezes truculenta. Desta forma, condicionar melhor os profissionais da saúde é uma medida necessária.       Em segundo lugar, mas não menos importante, convém ressaltar a falta de conversa familiar sobre o assunto - doação - como uma barreira para a doação de órgãos. Prova disso está evidenciada pela nossa constituição, a qual compreende que: embora o doador declare em vida o seu desejo de doar, a doação apenas será efetivada se a família autorizar. Todavia, muitas vezes, embora o indivíduo autorize a doação, a família não permite e muitas vidas ficam desassistidas.Tal ato comprova a necessidade de conversa familiar. Desse modo, campanhas de conscientização incentivando as famílias a respeitarem os desejos de sua gente tornam-se uma medida importantíssima.       É fundamental, portanto, alterar a realidade apresentada. Destarte, o Governo Federal junto ao Ministério da Saúde devem capacitar os profissionais da saúde por meio de oficinas e aulas práticas afim de que eles saibam como abordar as famílias em um momento tão difícil de maneira mais empática e solidária, conseguindo passar informações claras e objetivas às mesmas. Ademais, a mídia - por ser uma grande influenciadora - tem de conscientizar a população sobre a importância de ser doador, por meio de novelas e seriados com a temática doação de órgãos afim de incentivar os seus ouvintes a conversar sobre doação de órgãos com os seus entes respeitando sempre o desejo do mesmo para que menos casos como o de Denny Duquette ocorra no Brasil.