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Enviada em: 26/03/2017

Nos últimos anos, os índices relacionados à doação de órgãos aumentaram significativamente. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, em 2016, o número de doadores efetivos bateu o recorde e chegou a quase 3 mil. Contudo, ainda há muito resistência de possíveis doadores e, por isso, a oferta dos bancos é insuficiente para atender a demanda por transplantes.     Em uma pesquisa coordenada pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), 45% dos entrevistados responderam que não doariam órgãos de parentes mortos. Dessa forma, indica-se que a recusa da família é o maior obstáculo para não realização do procedimento. Sendo assim, a qualidade do atendimento hospitalar e o treinamento da equipe responsável pelo caso são fatores determinantes na doação da família. Uma vez que a perda de um ente querido é uma dor extrema e, se aliarmos isso a um atendimento de má qualidade, solicitar a doação acaba tornando-se um ato cruel.     Por outro lado, não adianta só a família doar. É necessário possuir uma adequada infraestrutura hospitalar e ter a certeza de que o órgão funcionará, adequadamente, no receptor. No Brasil, com a exceção de São Paulo, existe uma carência em relação à transmissão de informação relacionada à situação clínica dos doadores. É preciso ter informações sobre os mesmos, com a finalidade de saber se o órgão poderá ser retirado e para que não ocorra desperdício. Além disso, é imprescindível segurança absoluta das informações, com intuito de garantir que a exigências das doações, como a qualidade do tecido, sejam atendidas.      Dessa maneira, para vencer a atual desproporção entre o número de pacientes na lista de espera e o número de transplantes, é necessário que a mídia utilize sua capacidade de influenciar e, por meio de novelas e propagandas, desmistifique e conscientize a população acerca da doação de órgãos. Outrossim, o governo federal deve investir no treinamento dos profissionais que trabalham nessa área, proporcionando um melhor atendimento á população. Ademais, deve-se criar um sistema de transferência de dados online para todo o país, com o objetivo de transmitir informações sobre os doadores para todas as equipes de transplantes, evitando perdas e garantindo maior rapidez no processo.