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Enviada em: 15/04/2017

Células, tecidos, órgãos e sistemas. Diante da complexa máquina que é o corpo humano, a medicina desenvolveu-se com o intuito de preservar a vida. Nesse contexto, a doação de órgãos é um importante capítulo na história da medicina e da humanidade. Entretanto, tal mecanismo é muitas vezes desacreditado por maus exemplos de ética profissional que dificultam novas doações de órgãos e, consequentemente, a preservação da vida.       Frente aos dilemas da doação de órgãos, os transplantes ilegais representam maus exemplos do sistema e da ética médica. Enquanto na Idade Média a medicina, apesar de precária, era exercida de forma segregatória, a contemporaneidade pode orgulhar-se dos avanços científicos, mas não do fim da discriminação nos tratamentos. Países desenvolvidos, como EUA e Israel por exemplo, se valem do poder econômico para perpetuar práticas ilícitas como o tráfico de órgãos – provenientes, geralmente, de países menos afortunados. Desse modo, a pirataria de órgãos configura um crime que desacredita o sistema de doação ao tratar a vida humana como mercadoria.       Além disso, a desconfiança e o desconhecimento inibem as doações por parte da família ou do indivíduo. Tendo em vista a corrupção generalizada – que no meio médico perpetua os casos de transplantes ilegais- diversos cidadãos temem o mal atendimento médico e a morte ao se tornarem doadores de órgãos. Soma-se a esse quadro aqueles que, carentes de informação, desacreditam no destino justo dos órgãos doados. Assim, a medida que mitos, especulações e maus exemplos coíbem a doação, perdem-se vidas que poderiam ser poupadas através de uma escolha.      Portanto, ações conjuntas são necessárias para combater os impasses da doação de órgãos. Ao Estado, cabe criar portais e veicular anúncios para incentivar a denúncia aos casos de venda de órgãos e transplantes ilegais. Ademais, a mídia deve promover debates para divulgar informações quanto ao procedimento médico, bem como séries de reportagens com historias reais de receptores de órgãos. Desse modo, será possível incentivar atos como a doação de órgãos e coibir a medicina ilícita e segregatória.