Materiais:
Enviada em: 27/04/2017

Segundo o escritor Franz Kafka, a solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana. Nesta perspectiva, simples ações podem ajudar a transformar e salvar vidas ao redor do mundo. No entanto, um dos maiores problemas vividos no nosso país acaba passando despercebido: a doação de órgãos. Essa é uma importante atitude solidária, porém ainda muito rejeitada devido à dilemas éticos e falta de informação.      Em primeiro lugar, deve-se compreender que a recusa familiar é um grande obstáculo a ser vencido. Por se encontrarem em uma situação delicada e dolorosa, os familiares - responsáveis legais pelo aval da doação - na maioria das vezes não autorizam o processo, e apresentam como principais motivos o apego ao corpo e à memória do indivíduo, e a questão religiosa, como a esperança em um milagre mesmo em caso de morte encefálica. Prova disso são os dados divulgados pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) que mostra que menos de 50% das famílias autorizam a doação.     Além disso, a falta de esclarecimento sobre o assunto à população também é um empecilho. Por não compreenderem como funciona o processo, por medos e dúvidas mal esclarecidas, as pessoas não aderem à essa ação solidária, fazendo com que o número de doações seja menor. Como exemplo temos a Espanha e os Estados Unidos que, por inserirem a temática da doação desde cedo no cotidiano de seus cidadãos, apresentam os melhores serviços de captação de órgãos no mundo.      Fica claro, portanto, que os dilemas familiares e a falta de informação aos cidadãos são barreiras que devem ser mais trabalhadas. O Ministério da Educação juntamente com as escolas, devem introduzir o assunto aos jovens por meio de palestras, trabalhos e debates, esclarecendo qualquer tipo de dúvida. As mídias também possuem importante papel informacional, devendo divulgar campanhas e reportagens em prol dessa causa solidária. Já os hospitais devem oferecer mais Psicólogos para que  estes possam dar apoio e suporte às famílias no momento de difícil decisão. Dessa forma, o número de doadores aumentaria, trazendo consigo esperança de vida nova para milhares de pessoas.