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Enviada em: 29/04/2017

Segundo a ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos), apesar do país ocupar a segunda posição dos que mais faz essa cirurgia, a sua taxa -proporção entre as operações e os 210 milhões de habitantes - é baixa, posicionando-o apenas na 30ª colocação. Essa situação provoca não só perdas de vida, mas também sofrimento nos pacientes, uma vez que essas pessoas tendem a esperar mais de ano por um órgão, mesmo em estado crítico de saúde. Nesse sentido, faz-se necessário entender o porquê do brasileiro não ter a cultura de doar órgãos, bem como os impecilhos dessa prática, e propor medidas, a fim de reverter esse quadro e salvar mais vidas.        Nesse viés, é possível perceber que a desinformação é de grande peso na perpetuação das grandes filas à espera de um transplante. Muitas vezes, o cidadão não sabe dessa realidade, nem mesmo conhece os procedimentos a serem tomados para a doação. Além disso, a propagação de mitos de que o hospital pode matar o paciente propositalmente causa hesitação na família no momento de ceder o corpo. Assim sendo, deve-se ensinar nas escolas, sobretudo nas aulas de biologia, a importância da doação de órgãos, haja vista que o corpo se deteriorá com o tempo. É importante também esclarecer que o transplante somente ocorrerá se o doador sofrer morte encefálica, ou seja, uma condição irreversível, que deve ser atestada por dois neurologistas fora da equipe ABTO. Medidas como essas ajudarão consolidar na sociedade o costume de doar órgãos, além de desfazer dúvidas e mitos.         Outro impasse na doação de órgãos é a estrutura cirúrgica brasileira. Existem cerca de 400 hospitais prontos para realizarem os procedimentos de transplantes, entretanto estão concentrados nas regiões sul e sudeste. No Centro-Oeste, Norte e Nordeste são poucas ou nenhuma mão de obra especializada nessa área. Diante dessa realidade, O Governo Federal deve expandir as equipes da ABTO para o interior do país, através, principalmente, dos hospitais de cânceres e de parcerias privadas com centros especializados em cardiologia e neurologia, por exemplo.       Contudo, as medidas citadas surtirão pouco efeito se os indivíduos não assumirem a responsabilidade perante a causa social. Portanto, para uma transformação completa, os cidadãos devem manifestar desde cedo o desejo de doar órgãos, pois isso, apesar da dor da partida, a família cederá o corpo com mais facilidade e entenderá que estará salvando uma ou mais vida.