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Enviada em: 29/05/2017

O grande objetivo da medicina é preservar a vida humana. Dessa forma , a criação de tecnologias e procedimentos para que essa finalidade seja alcançada de maneira mais eficiente é imprescindível. Nessa perspectiva , inclui se o desenvolvimento do transplante de órgãos, o qual representou um grande avanço, sendo fator responsável pela sobrevida de muitas pessoas. Entretanto , no Brasil , essa prática possui entraves de âmbitos estrutural e cultural.    Primeiramente, é preciso destacar a má administração estatal sobre os serviços públicos. Aristóteles, filósofo grego , define que um bom governante é aquele o qual sobrepõe os interesses coletivos frente aos , privados. Todavia, ao contrário do que é exposto pelo autor ,a realidade , muitas vezes , em nosso país são casos de corrupção e gestão tendenciosa , os quais preconizam , quase exclusivamente , aos interesses próprios de políticos , em detrimento do sucateio de direitos sociais. O resultado , por vezes, são hospitais com infraestrutura precária e médicos sem as mínimas condições de trabalho, razões diretas para a não realização plena dos transplantes, culminando não só em atrasos e cancelamentos , mas esvaindo a possibilidade de cura de muitos brasileiros , visto a ineficiência do Estado.    Além disso, é preciso ressalta o desconhecimento a respeito do ato de doar órgãos. Nesse sentido, a falta de esclarecimento em larga escala para população sobre fatores enquanto a ética do processo, morte encefálica ou como as partes do corpo serão explorados geram , por vezes, a criação de estereótipos e achismos. Consequentemente, a desinformação faz com que, muitas vezes , os indivíduos associem os procedimentos a ideias de mutilação e violação corpóreas, levando a abstenção do aval de doação de muitas famílias , perdendo-se, dessa forma , a possibilidade de salvar uma grande quantidade de vidas.    A nação , portanto, tem um quadro crítico que precisa ser revertido. Logo, é essencial a atuação do Poder legislativo , junto a Secretaria nacional de saúde  , com a criação de auditorias que visem tanto fiscalizar o repasse de verbas , quanto denunciar casos de corrupção e má administração , a fim de aumentar a qualidade dos serviços públicos , beneficiando os pacientes em situação de fila. Também é necessária a ação do Ministério da Educação junto a redes sociais, como Facebook e Twitter, com a veiculação de campanas em vídeo no intuito de desconstruir noções falaciosas do senso comum acerca dos transplantes , esclarecendo como na prática de dá esse procedimento e ratificando a importância social de ser doador , acentuando o número de famílias que optam pelo aval de permissão. Assim, talvez , por meio dessas medidas o dilema da doação de órgãos seja devidamente tratado e medicado.