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Enviada em: 05/07/2017

Os gêmeos São Cosme e São Damião, que viveram entre os anos 285 e 305 da Era Cristã, foram mártires cristãos que, segundo a lenda os irmãos, na tentativa de curar a perna de um cristão que se encontrava necrosada por um “cancro” – termo que poderia significar câncer ou gangrena –, usaram a perna de um etíope, recém-falecido, para um transplante. O feito é conhecido como “o milagre de São Cosme e Damião” e retratado em dezenas de pinturas na Idade Média. Por causa dos feitos ambos são considerados os padroeiros da medicina e dos transplantes.O transplante de órgãos é uma terapêutica que objetiva a substituição de órgãos que perderam a sua função no organismo. Antes de 1880, ninguém havia sequer sonhado com o transplante de órgãos para o tratamento de doenças.  A era moderna dos transplantes começou na década de 1950 com o transplante de órgãos não regeneráveis, salientando-se as contribuições dos cirurgiões Aléxis Carrel(1873-1944, Prêmio Nobel de 1912) e Charles C.Guthrie (1880) que desenvolveram a técnica de sutura dos vasos sanguíneos.A padronização nas retiradas múltiplas dos órgãos dos doadores cadáveres e o desenvolvimento por Belzer de uma nova solução de conservação dos órgãos permitiu obter resultados encorajadores nos transplantes do rim, coração e fígado proporcionando uma sobrevida de até 80% em dois anos aos pacientes transplantados.  No entanto, mesmo sobre esses avanças são poucas os números de pessoas conscientizadas à doação de órgãos, O Brasil registrou crescimento nas doações e transplantes de órgãos em 2014, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). Foram 7.898 órgãos doados no ano de 2014, 3% a mais que em 2013. Entretanto, temos outro problema, o tráfico de órgão. A compra e a venda de órgãos prejudicam, principalmente, populações já em estado de vulnerabilidade e que são visadas para  receber um órgão mais rapidamente. De acordo com publicação da OMS em março de 2007, 5% a 10% dos transplantes renais daquele ano foram consequência do tráfico de órgãos, pratica essa que deve ser criminalizada.   Em suma, as campanhas não atingiram um percentual grande, é preciso que as universidades conscientizem seus alunos a serem doares, e esses por sua vez avisarem suas famílias, mas só isso não basta, é importante que as instituições religiosas por sua parte tentem conscientizar seus fieis a serem doares. Além disso, é necessário que os Governos nacionais em parceria com instituições devem desenvolver e implementar programas abrangentes com objetivo de maximizar o número de órgãos disponíveis para transplante e de impedir o tráfico de órgãos que violam princípios da equidade, da justiça e do respeito pela dignidade humana, assegurando a transparência e segurança.