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Enviada em: 22/08/2017

Quando um simples sim perpetua vidas Há, no Brasil, uma população estimada em mais de 200 milhões de habitantes, segundo o próprio IBGE, ímpares em etnias, culturas e costumes. Sabe-se, também, que a medicina no país é, atualmente, referência mundial, a exemplo das pesquisas realizadas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no setor de oncologia. Entretanto, ainda é frequente, e assustadoramente alto, o número de pessoas morrendo na fila de espera por doações de órgãos, apesar da cifra de possíveis doadores em potencial e hospitais bem equipados.   Posto que esta seja uma nação erguida sobre diferentes religiões, em sua maioria de cunho cristão, é indubitável que opiniões possam divergir, uma vez que determinadas crenças, como as Testemunhas de Jeová, não aceitem sequer a transfusão sanguínea. Embora muitos possam reconhecer tal ato como irresponsável, e até mesmo falta de amor, deve-se entender que a fé transcende a compreensão meramente racional acerca do mundo social e, dessa forma, pôr-se em prática somente a empatia e o respeito, mesmo que isso possa ser frustrante.   Por outro lado, de forma mais questionável e, ironicamente, de fácil remediação, tem-se aquelas famílias, ignorantes quanto aos desejos individuais de seus membros, seja pelo esfriamento nas relações interpessoais ou porque ainda não é do hábito do brasileiro discutir sobre o tema, infelizmente, deixando de doar órgãos. Ademais, outro fator seria por, erroneamente, pensar-se que nada mais poderia ser utilizado, como quando há a ocorrência de acidentes fatais no trânsito.   Logo, concordando com Paulo Freire em sua afirmação de que sem a educação a sociedade não muda, é impreterível aos Governos Municipais tornarem as escolas o coração da causa, pautando desde cedo sobre a importância desse tipo de doação e criando o hábito de se pensar acerca disso, para que, futuramente, não haja desentendimentos. Mas também, seria importante que o próprio Governo Federal, juntamente com o Ministério da Saúde, criasse um cadastro de doador, justamente como aquele do SUS, sempre que alguém completasse sua maioridade, atualizando ao passar dos anos, para que assim, mesmo sem o parecer das famílias, fosse respeitado o desejo individual do morto de doar ou não.