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Enviada em: 07/10/2017

A doação de órgãos representa um ato de solidariedade fundamental para a preservação da vida de outro indivíduo que necessita de transplante. Embora o Brasil seja um país que se destaca nesse setor, a demanda nacional ainda não é atendida, ocasionando uma longa fila de espera. Esse cenário é resultado, principalmente, da persistência da recusa familiar no país.    O dia 27 de setembro é marcado como o ''dia nacional de doação de órgãos''. Segundo o Ministério da Saúde, 95% dos procedimentos são realizados pelo sistema público de saúde, além de se sobressair no transplante de órgãos e tecidos. Contudo, a morte cerebral, fator essencial para esse ato, é vista pela maioria dos brasileiros como um paradigma. Além disso, muitos alegam que, ao se declararem como doadores, não receberiam atendimento adequado, uma vez que a equipe de saúde responsável por esse setor buscaria formas de antecipar a morte, visando acelerar a doação ou comercializar o órgão através do tráfico. Tais pensamentos sobre esse tema contribuem para a existência de dilemas para a doação de órgãos.    Ademais, a pouca discussão sobre esse assunto promove o alto índice de recusa familiar no Brasil. Estudos recentes da ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos) apontam que quase metade das famílias não autorizam a doação. Tal situação é proporcionada pelo pouco conhecimento sobre as causas e as consequências do transplante, como o significado de morte encefálica, a possível deformação do corpo após o procedimento. Esses questionamentos, muitas vezes pouco abordados, colaboram para que muitas famílias recusem a doação, além de aumentar a demora na fila de espera no país, diminuindo as chances de sobrevivência das pessoas que necessitam desses órgãos.   Diante desse quadro, percebe-se a necessidade de buscar caminhos para combater o dilema da doação de órgãos no Brasil. Nesse sentido, é imprescindível a ampla divulgação de campanhas educacionais nos principais meios de comunicação. através do apoio do Ministério da Saúde e de ONG's, visando explicar o que é a morte cerebral. Além disso, outra medida essencial é a promoção de discussões nas comunidades, com a presença das equipes médicas responsáveis pelo procedimento, objetivando sanar as dúvidas sobre esse tema. Outrossim, é indispensável a inclusão desse assunto nas escolas, por meio do Ministério da Educação, a fim de incentivar a doação, desde as fases inicias. Assim, será possível que os brasileiros entendam esse ato de assistência social.