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Enviada em: 14/10/2017

A doação de órgãos é um desafio não só para o Brasil. De fato, todos os países enfrentam dificuldades para obter autorização familiar de possíveis doadores falecidos, o que dificulta os casos de transplantes e de estudo científico. Um dos obstáculos, porém, encontra-se na compra e venda ilegais de órgãos, e o outro, baseia-se na decisão particular de não realizar a doação.    Primeiramente, como a fila em busca de um órgão para ser transplantado é grande, muitos, em condições econômicas favoráveis, negociam-o. Apesar de ser ilegal, não são só hospitais que realizam a prática criminosa, universidades que ofertam cursos com graduação na área de saúde também a cometem, para garantir peças anatômicas a seus alunos. A exemplo disso, está o Centro Universitário São Camilo, que comprou um cadáver por cinco mil reais do Instituto Médico Legal de São Paulo, segundo o Folha Online.     Além da questão ilegal, depara-se também com a vontade individual de não se realizar a doação. Seja por motivos religiosos, seja por razões moral-ideológicas, inúmeras pessoas preferem morrer com seus órgãos a doá-los para outrem. A justificativa para isso encontra-se no desconhecimento de que órgãos transplantados são cirurgias eficazes que garantem a vida de um outro ser e que o receptor é desconhecido pelo doador. De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), a principal alegação para não se doar é a falta de diálogo entre os familiares.     O cenário da ilegalidade e do egocentrismo devem ser superados em prol do bem comum. Para isso, é necessário, portanto, que órgãos fiscalizadores averiguem possíveis fraudes quanto ao comércio de compra e venda de órgãos, com vistas a condenar criminosos e reduzir progressivamente os números vultosos de países que o realizam. Ademais, é preciso que a mídia televisiva divulgue mais sobre os destinos dos órgãos doados, com relatos reais, a fim de engajar a sociedade, para que essa os doe ciente de seus caminhos e consciente dos benefícios que proporcionarão ao outro indivíduo.