Materiais:
Enviada em: 19/10/2017

Dentre as metas da agenda 2030, compromisso do qual o Brasil faz parte, encontra-se a promoção da saúde e do bem-estar. No concernente a tal objetivo, ainda há um longo caminho a ser percorrido para que esta nação consiga alcançá-lo efetivamente, especialmente no que tange à doação de órgãos. Diante disso, é válido analisar os obstáculos que se impõem ao país em relação a essa questão e mostrar como eles se refletem na sociedade, com o fito de se pensar em atitude direcionadas à amenização dessa problemática.       Primeiramente, cabe dizer que uma das raízes do problema é o desconhecimento da população acerca do assunto, o que está atrelado à baixa exposição do tema às pessoas. Nessa acepção, a doação de órgãos não é um ato inerente à cultura brasileira, sendo mencionado, na maioria das vezes, somente em um momento de luto e abalo emocional. À vista disso, quando questionados sobre a possibilidade da doação dos órgãos de um ente próximo logo após a perda, a resposta dos familiares tende a ser negativa. Sob essa conjectura, é evidente que uma ressignificação cultural pacerca do assunto em pauta faz-se necessária.       Em consequência de tais fatores, a saúde de muitos doentes é prejudicada em virtude da longa espera, problema que possui consequências drásticas. A esse respeito, dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos apontam que, somente em 2015, 2,3 mil vidas foram perdidas à espera de um transplante. Os impactos, contudo, não se restringem à perda desnecessária de vidas: o prolongamento do sofrimento individual e coletivo em virtude do agravamento dos sintomas do paciente também é um fator que fere diretamente o bem-estar dessas pessoas, evidenciando a seriedade do problema.       Urge, portanto, que medidas sejam tomadas, a fim de se eliminar os entraves que dificultam a doação de órgãos no Brasil e amenizar seus efeitos nefastos. Para esse fim, compete às redes televisivas tratarem do tema por meio de ficções engajadas, as quais devem enfatizar a importância da doação e mostrar que para se tornar um doador basta anunciar a um parente, com o intuito promover a exposição e a ressignificação supracitada, aumentando o número doadores. Ademais, é dever da sociedade civil, com o apoio de pessoas de alta influência na "web" como celebridades e influenciadores digitais, levantar nas redes sociais correntes de adoção em massa ao movimento de tornar-se um doador, visando à conclamação de um número ainda maior de pessoas a salvarem vidas mediante um ato solidário.