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Enviada em: 25/10/2017

Em 1954, nos Estados Unidos, ocorreu o primeiro transplante bem sucedido de rins. Esse marco impulsionou a medicina, tanto no desenvolvimento de novas técnicas e transplante, quanto na área de pesquisa, com intuito de diminuir os riscos da operação. Contudo, embora o Brasil apresente um crescimento de 5% no número de transplantes, conforme o Ministério da Saúde, a alta taxa de recusa de doação por famílias e a falta de estrutura de alguns estados ainda são alguns obstáculos a serem enfrentados.     De acordo com os dados da Associação Brasileira de Transplante de órgãos, 47% das famílias de pacientes que tiveram morte encefálica (doadores em potencial) se recusam a doar os órgãos. Muitas vezes esse fato ocorre devido o desconhecimento do procedimento de transplante, gerando apreensão, e a falta de consciência da importância desse ato às pessoas que necessitam de doação. Por conseguinte, as filas de espera por doadores tornam-se cada vez maiores, principalmente por rins, córneas e coração.     Ademais, embora alguns estados como Santa Catarina e São Paulo apresentem um bom número de transplantes, outros como Amapá e Roraima se quer possuem registros de doação. Essa desigualdade é consequência da falta de estrutura dos hospitais, que vai desde atendimento precário à falta de equipamentos, o que é uma situação alarmante, tendo em vista que 95% das cirurgias são feitas pelo Sistema Único de Saúde. Tal quadro dificulta o diagnóstico do estado do paciente, como o de morte encefálica, impossibilitando um futuro transplante.     Segundo o teólogo Albert Schweitzer “não devemos contentar-nos em falar do amor para com o próximo, mas praticá-lo”. Dessa forma, é imprescindível que a população brasileira tenha consciência do valor do ato de ser doador de órgãos, por meio de campanhas do Ministério da Saúde que exponham os benefícios dessa atitude para a sociedade, como a possibilidade de salvar vidas. Além disso, é importante que as Secretárias de Saúde ajustem a gestão dos hospitais estaduais e destinem mais investimentos, com intuito de qualificar os profissionais da saúde, por meio de cursos, e melhorar a estrutura dos hospitais com novos equipamentos. Assim ter-se-ia o aumento gradual do número de doadores de órgãos no país.