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Enviada em: 30/10/2017

O jovem, que teve morte encefálica após um acidente, tem a doação de órgãos recusada pela família. A adolescente, ao conversar com os pais sobre o interesse em ser doadora de órgãos, é informada pelos pais que eles não atenderiam ao pedido, apresentando tabu frente à prática. O cenário denota uma importante e grave discussão: o dilema da doação de órgãos.      A falta de informação e fatores socioculturais influenciam na aversão à doação de órgãos. Diante de uma morte encefálica, onde há a existência de respiração, mas sendo feita somente através de aparelhos, é natural que a falta de informação somada à fragilidade dos familiares os façam crer na esperança de reversibilidade da situação, o que para ciência não é possível. Ademais, a existência de estórias e filmes que retratam o mercado negro de órgãos, a exemplo do Tráfico de Órgãos, lançado em 2010, contribuem para a recusa dos familiares à medida que geram nestes um sentimento de medo em existir influência nestes durante o diagnóstico de óbito.        Destarte, o problema que ainda é um tabu na sociedade, deve ser visto sob um olhar preocupante pelos cidadãos e autoridades, tendo em vista as grandes filas de esperas por transplantes, mortes por falta de doadores, e a consequente baixa qualidade de vida dos que anseiam por transplante. Outrossim, o Ministério da Saúde mostra que 50% das famílias ainda não autorizam a doação, o que reflexo direto do tabu e da falta de informação.        Urge, portanto, que, analogamente à primeira lei descrita por Newton, a inércia seja quebrada para que haja mudanças no que tange ao dilema da doação de órgãos. Para tanto, o Ministério da Saúde, através dos postos municipais, deve realizar palestras que enfatizem a impossibilidade de se reverter um quadro de morte cerebral; as mídias televisivas devem, através de intervalos comerciais, mostrar a necessidade de órgãos a serem transplantados no Brasil; ONG’s devem realizar campanhas em centros universitários por meio de rodas de conversas que esclareçam as dúvidas.