Materiais:
Enviada em: 30/10/2017

No Egito Antigo,o processo de mumificação dos corpos tornou-se muito comum,tal prática consistia na retirada dos órgãos vitais,porém eram descartáveis.Analogamente ao contexto histórico,a paisagem no Brasil atual imortalizou o padrão egípcio  devido à perpetuação de dogmas religiosos e aos tabus sociais que rondam a problemática.Outrossim,a falta de solidariedade e de informação fomenta a criação de receios e ojerizas em torno do destino do órgão retirado.  Em primeira análise,é importante salientar que a sociedade é disseminada,primordialmente,pelos valores socioculturais imutáveis que,assim sendo,atuam como um fator coercitivo perante ao organismo social.Nesse ínterim,o filósofo inglês,John Stuart Mill,declara que o indíviduo é soberano sobre o seu próprio corpo e mente.Contudo,partindo do exposto,é incontrovertível que a influência de mitos e decisões precipitadas ,em relação à temática,confunde a soberania do ser humano.Com isso,diversas famílias,apesar da escolha do indivíduo,reagem em contraposição à salvação de vidas e optam em esperar a volta do ente querido.Dessa forma,milhares de pessoas sofrem nas filas caóticas dos hospitais e morrem no anseio de realizar o transplante.   Em segundo plano,é indubitável que a ausência de comunicação entre as camadas populares , e o distanciamento das mesmas,ressurge como um dos principais desafios do problema.Nessa perspectiva, o livro de José Saramago,Ensaio sobre a cegueira,canaliza que o corpo social é dissipado por uma cegueira moral,logo,os interesses próprios se sobressaem em vista da assistência ao próximo.Por conseguinte,a solidariedade é posta em outros patamares,fazendo com que a doação de órgãos, apesar das melhoras significativas ,ainda é considerada um problema de saúde pública.Além disso,a manutenção da desinformação,desde ambientes públicos até nos veículos de comunicação,contribui para dúvidas frequentes,tais como a desconfiança,devido ao tráfico ,e a carência de explicação ,haja vista que a morte e a remoção dos órgãos é uma abordagem delicada.   Portanto,torna-se imperativo,medidas combativas para modificar e ultrapassar o dilema da doação de órgãos no Brasil.Destarte,a junção do Ministério da Saúde, por meio de ações do conteúdo midiático, é imprescindível para o investimento em anúncios publicitários e rodas culturais, realizadas em espaços públicos e de fácil acesso , com participações especiais de agentes especializados em retratar  e esclarecer o infortúnio .Dessa maneira,a proposta tem a finalidade de desmitificar as indagações acerca do processo supracitado e assegurar que as barreiras acerca da doação poder-se-ão ser transpassadas.Consequentemente,as vidas que  almejam por seu direito essencial,poderão ser atendidas.Assim,a herança egípcia será  apenas uma lembrança da Antiguidade.