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Enviada em: 31/10/2017

Ao longo dos anos, a medicina passou por um grande avanço tecnológico, o que propiciou melhores condições de saúde aos indivíduos. Desse modo, no que se refere a doação de órgãos, houve o surgimento de diversas técnicas cirúrgicas de transplantes. No entanto, atualmente, mesmo com o Brasil possuindo o maior programa público de transplantes de órgãos do mundo, problemas estruturais e informacionais dificultam a logística da doação. Com isso, convém analisar e debater os principais contratempos gerados por esse quadro.        Tomando como ponto inicial da reflexão, observa- se que apesar do sucesso do programa brasileiro, muitos cidadãos acabam morrendo na fila de espera do transplante, por consequência de aspectos técnicos na captação dos órgãos. Tal fator é evidenciado por dados emitidos pelo Sistema Nacional de Transplantes, os quais apontam que cerca de 70% dos órgãos que deveriam ser aproveitados são desperdiçados. Dessa maneira, ocorre a falta de órgãos suficientes para atender a demanda da população necessitada, haja vista que o país passa por uma série de dificuldades de infraestrutura na saúde. Além disso, muitos órgãos são descartados pelo pouco tempo de sobrevida fora do corpo humano, assim como em decorrência do seu manuseio incorreto.       Contudo, o problema caminha lentamente para ser solucionado devido à ausência de informações acerca da doação de órgãos, visto que a presença de raízes culturais e abordagens inadequadas em conjunto com a desinformação propiciam a negação das famílias em doarem os órgãos dos parentes. Além do mais, fatores como a burocracia e a carência de locais, que realizam cirurgias de todas as modalidades de transplantes, dificultam a doação. Nesse sentido, os aspectos supracitados impedem que a problemática da doação de órgãos seja resolvida. Todavia, essa situação precisa ser alterada.       Medidas são necessárias, portanto, para solucionar os problemas estruturais e informacionais do transplante de órgãos. É fundamental que o Ministério da Saúde promova uma infraestrutura adequada, por meio de centros de referência para o transplante de órgãos, os quais atendam todas as modalidades de transplantação de diferentes órgãos, para diminuir a burocracia e a desistência do ato de doar. Ademais, como afirmava o filósofo Immanuel Kant, "o ser humano é aquilo que a educação faz dele". Sendo assim, o Governo Federal deve realizar campanhas educacionais acerca da importância da doação de órgãos, por intermédio de palestras e propagandas, a fim de informar a população adequadamente e desconstruir paradigmas. Dessa forma, ocorrerá a mudança da atual conjuntura presente no país.