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Enviada em: 01/11/2017

Em 2016, de acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, a doação teve aumento de 5% em relação ao ano de 2015. Não obstante, 43% das famílias das mais de 10 mil mortes encefálicas são autorizaram a doação. Isso evidencia um impasse para o aumento da doação de órgãos e com isso a possibilidade de salvar mais vidas, devido a dificuldade que as famílias têm de entender a morte encefálica, assim como a falta de conhecimento do desejo do ente querido de ser doador.        Com base nas informações da Associação Brasileira de Transplantes de órgãos, as famílias têm dificuldade em compreender os reflexos espinhais, como um movimento ou contração muscular, causados por impulsos elétricos que permanecem na coluna vertebral, mesmo que o cérebro esteja morto. Ademais, o fato do corpo permanecer aquecido, assim como o coração continuar a pulsar, devido o suprimento de oxigênio fornecido por um ventilador mecânico, gera confusão na compreensão dos familiares.        Outrossim, a Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos realizou uma pesquisa e constatou que 64% dos entrevistados expressaram a intenção de serem doadores de órgãos. No entanto, metade destes disseram não ter conversado com a família sobre o assunto. Por outro lado, se o desejo de ser doador fosse exposto aos familiares, as chances das famílias concederem autorização para a retirada e transplante aumentam, pois seria uma forma de realizar o último desejo do ente querido.        Fica evidente, portanto, que o dilema da doação de órgãos requer a compreensão das famílias acerca da morte encefálica e do conhecimento das mesma a respeito do desejo dos entes queridos. Para que isso aconteça, faz-se necessária a promoção de politicas públicas que fomentem a importância da doação de órgãos, assim como a oferta de treinamento para os profissionais das emergência, para que possam explicar de forma clara a situação da morte encefálica.