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Enviada em: 31/10/2017

A doação de órgãos é considerada um dos maiores atos de empatia e solidariedade dos tempos modernos. Entretanto, apesar do Brasil ser considerado um país intermediário no que diz respeito às doações e transplantes de órgãos, a sociedade brasileira ainda enfrenta problemáticas para romper o tabu imposto culturalmente a esse assunto. Nesse sentido, não se pode negligenciar dois fatores que caracterizam tal empecilho: a burocracia e a pouco conscientização.    Em primeira análise, cabe pontuar que, segundo o Ministério da Saúde , o número de doadores de órgãos e tecidos aumentou 75% em 7 anos. Todavia, esse número poderia ser significativamente maior se a burocracia, no que tange ao laudo de óbito por morte encefálica e o transporte dos órgãos, fosse minimizada. Sob essa óptica, órgãos como as córneas, os rins e o pâncreas não resistem por grande espaço de tempo a hipóxia, quando as taxas de oxigênio são reduzidas, sendo perdidos em poucas horas. Dessa maneira, a agilidade para diagnosticar e mobilizar é crucial para que pessoas na fila de espera recebam, efetivamente, o transplante.     Por conseguinte, convém frisar que a Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos (ADOTE), promove campanhas para maximizar o número de doações. No entanto, para serem efetivadas é necessário o consentimento familiar e este, muitas vezes, não é obtido. Destarte, no Brasil, atualmente mais de 30 mil pessoas esperam pelo transplante de órgãos, de acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), e apenas uma pessoa pode salvar até 21 vidas. Nesse contexto, a pouca conscientização sobre a importância de discutir esse assunto resulta na rejeição de quase 50% dos familiares para realizar a doação, ratifica a ABTO, dificultando a resolução desta problemática.      Para reverter esse cenário, portanto, é imprescindível que o Ministério da Saúde busque integrar os setores de transporte ao de logística, para que, de forma mais rápida e efetiva, o diagnóstico médico seja mais eficaz, assim como, o encaminhamento para o transplante. A priori, este pode ser realizado com parcerias mais sólidas com a Força Aérea Brasileira (FAB), desenvolvendo bases nos centros médicos e aquele, por meio de instalação de equipamentos mais precisos nos hospitais, tornando mais fácil o laudo por morte encefálica. Além disso, através das emissoras de televisão, ONGs e associações, possam promover peças publicitárias, como propagandas, incentivando uma discussão saudável no âmbito familiar, apresentando dados e a importância de ser um doados, visando, em cerne, romper o tabu cultural sobre a doação de órgão. Logo, a pátria verde e amarela, fomentará, por caminhos exitosos, a visão empatia e caridosa dos brasileiros no ato da doação.