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Enviada em: 31/10/2017

O contínuo avanço da tecnologia e da medicina asseguram expectativas de vida cada vez mais longas. Juntamente com isso, filas de espera para receber órgãos, por exemplo, têm se tornado cada vez maiores. Portanto, discussões acerca dos dilemas da doação de órgãos no Brasil são necessárias, pois, sabendo-se que é praticamente impossível que essas filas sejam zeradas, deve-se ao menos ter como preocupação a conscientização da população, para que seja possível diminuí-las.        Primeiramente, é importante analisar a falta de diálogo por parte da população em relação a esse assunto como um dos principais motivos para o alto índice da taxa de negativa familiar, já que, segundo a lei brasileira, a responsabilidade da decisão final é da família. De acordo com o vice-presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), na maioria das vezes os familiares acabam tomando a decisão de recusar a doação dos órgãos, pelo simples fato de não saberem qual seria o desejo da pessoa. Logo, fica evidente a necessidade de divulgação relacionada às doações, que, muitas vezes acaba não sendo um assunto abordado nas casas da população por falta de oportunidade.        Ademais, não somente a sociedade têm participação fundamental ao salvar inúmeras vidas como também o Governo. Segundo divulgou a ABTO, há uma maior concentração de profissionais capacitados para a realização de transplantes nas regiões sul e sudeste, o que por vezes faz com que mesmo que haja um doador, o transplante não ocorra devido a falta de profissionais. Sendo assim, falta incentivo do âmbito governamental com a oferta de capacitações para que médicos se especializem em tal área, tão promissora e gratificante.       Portanto, com a finalidade de alterar o cenário de uma fila de espera de órgãos cada vez maior, cabe à mídia, por ser um veículo de grande alcance, a divulgação de campanhas que salientem que até oito vidas podem ser salvas com a doação de uma só pessoa, assim como a participação de quem já passou por todo esse processo, a fim de motivar mais doadores a participarem e avisarem suas famílias. Não somente, o âmbito público também se faz necessário, podendo proporcionar aos médicos de todos os estados do Brasil, por meio do Ministério da Saúde, especializações que tornem viável a expansão de profissionais qualificados por todo o território, não apenas para que a população se sinta segura em doar, mas também para que ninguém perca a oportunidade de receber.