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Enviada em: 01/11/2017

Na Idade Média, a Lenda Dourada, coletânea de narrativas hagiográficas, escrita pelo dominicano e futuro bispo Jacopo de Varazze, foi marcada pelos médicos São Cosme e Damião, que, ao realizarem um transplante cortando a perna de um negro falecido e substituindo em um sacristão, foi considerado um milagre na época. De fato, atualmente, a tecnologia evoluiu, e facilitou nas doações de órgãos no Brasil. Diante disso, não há dúvidas de que, para muitos, tal preceito ainda é dificultoso. Sendo assim, fatores como a carência de doadores e a má infraestrutura de hospitais são aspectos que não podem ser negligenciados. A priori, é importante avaliar que o Brasil é carente de doações. O filme "Uma prova de amor", aborda como tema central, a negação de Anne em doar seu rim à sua irmã Kate, que corria risco de vida ao ser diagnosticada com leucemia. Nesse sentido, como no filme, várias pessoas ainda são egoístas quando o assunto se trata de doações de órgãos, isto é, optam serem enterradas com o organismo completo. Ademais, subestima-se que há, em média, cerca de 22 mil pacientes na fila de espera por transplantes, em consequência disso, muitos doentes acabam morrendo. Contudo, como retratado na Lenda Dourada, faz-se necessário o aumento de doadores, para que o tal milagre atinja à todos. Outrossim, é indispensável salientar que a infraestrutura hospitalar é precária. Edvaldo Leal, enfermeiro e vice-coordenador do Spot-HC, em uma entrevista, afirmou que não adiantaria transformar o povo em uma população doadora, se não há uma infraestrutura hospitalar apta à oferta de órgãos. Mediante a isso, a escassez de profissionais é persistente, faltam enfermeiros de terapia intensiva, fisioterapeutas, médicos e principalmente, psicólogos no apoio às famílias. Em suma, necessitam-se de funcionários capazes na obtenção de melhorias em hospitais. Logo, medidas são necessárias para a atenuação do impasse. Dessa forma, é dever do Estado, em parceria com o Governo Federal, influenciar pessoas às doações e melhorar a convivência em hospitais na criação de ONGs, apresentando como tema central, as diversas mortes ocasionadas pela longa espera de transplantes e caminhos para seu combate. Some-se a isso, investimentos na educação, capacitando estudantes da área da saúde, para a formação de um perfil apto a ser contratado em hospitais, completando o corpo docente, a fim de que a fila de espera por doações diminua e o atendimento hospitalar seja integrado por funcionários eficazes. Somente assim, poder-se-á afirmar que o Brasil será um país composto por cidadãos éticos e conservadores.