De acordo com Zygmunt Bauman, há uma falta de solidez nas relações econômicas, políticas e sociais, característica da modernidade líquida vivida no século XXI.Desse modo, nota-se uma liquidez no que concerne a doação de órgãos no Brasil. Nesse contexto, há fatores que não podem ser negligenciados, como a recusa familiar e a infraestrutura hospitalar e portanto devem ser discutidos. Primeiramente,cabe pontuar que a negação familiar é um dos principais motivos que leva a ausência da doação de órgãos no Brasil.Nesse sentido,para se ter uma ideia ,seria possível zerar a fila das pessoas que esperam por um órgão compatível se as famílias de todos os possíveis doadores autorizassem a doação.Entretanto,hoje,cerca de 43% dessas famílias ainda se negam a doar.Nesse cenário,vale ressaltar que dogmas religiosos,como as testemunhas de jeová que são orientadas a não doarem sangue e em consequência órgãos, em conjunto com a falta de conhecimento, influencia para não doação.Comprova-se isso, por meio de pesquisas realizadas pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, mostrando que aproximadamente 47% das famílias em 2013 se recusaram a doação por falta de conhecimento no assunto. Ademais,a precária infraestrutura da saúde pública brasileira é também um fator contribuinte para a piora do impasse.Nesse viés, em contraste com países que tem sistema universal de saúde(SUS), o Brasil é a nação que tem o menor percentual de investimento público com relação ao produto interno bruto(PIB).Posto isto, dados mostram que o governo brasileiro investe 4,6% do PIB em saúde, índice muito inferior aos gastos de outros países como Cuba por exemplo, que investe 14% de seu PIB enquanto a variação mundial é de 5,4%.Dessa forma, tais dados evidenciam a banalização da saúde pública brasileira, que é ,em partes, resultado de hospitais lotados, ausência de profissionais capacitados e o alto índice de rejeição à doação de órgãos. Destarte, evidencia-se ,assim, a necessidade de mudanças para a solução do problema. Posto isto, é necessário que a Mídia, por meio de propagandas difunda mensagens que façam discutir a doação de órgãos na sociedade, enfatizando como o indivíduo que deseja ser doador deve proceder explicando sobre o consentimento familiar e os cuidados básicos na manutenção do doador,afim, de elucidá-los sobre a problemática.Por conseguinte, o Governo Federal deve doar uma maior parcela dos impostos arrecadados para manutenção de hospitais públicos defasados e para contratação de profissionais capacitados , médicos e psicólogos,com o fato de diminuir a precariedade da saúde pública brasileira e ,assim, acabar com a inércia, seguida de uma liquidez social com o fato de interromper o impasse.