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Enviada em: 01/11/2017

Segundo Martin Luther King, toda hora é hora de fazer aquilo que é certo. Assim sendo, a opção familiar ou individual entre salvar uma vida ou não deveria quase sempre priorizar a primeira opção, porém, não é isso que se tem percebido no Brasil. Os principais motivadores para isso são, infelizmente, a não discussão desse tema dentro do contexto familiar e também a má distribuição das equipes de captação e transplante de órgãos no território.            A priori, um dos principais empecilhos para a doação de órgãos é a não autorização familiar, o que pode ser refletido em dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, mostrando que 47% das famílias se recusam em doar órgãos de familiares com morte encefálica. Somado a isso, o nefrologista José M. Pestana argumenta que isso é decorrente da não discussão dentro do contexto familiar sobre o desejo de doar, haja vista que o diagnóstico de morte encefálica no Brasil é um dos mais seguros do mundo conforme a OMS. Posto isso, nota-se a grande importância em colocar o assunto em pauta no ambiente parental.          Além disso, outro fator determinante é que, mesmo sendo o Brasil o segundo no ranking de transplantes no mundo, dentro do país ainda existem muitos lugares que não são atendidos com a captação e transplante de órgãos, haja vista que a maioria desses centros estão localizados nas regiões sul e sudeste. Destarte, imaginar que muitas pessoas das outras regiões morrem por não serem atendidas é inaceitável dentro da posição de destaque da nação a nível internacional. Dessa maneira, urge que medidas estatais sejam feitas para minar dito descaso, valorizando a vida em seu aspecto mais amplo.             Diante do exposto, infere-se que ações devem ser feitas em duas linhas de frente. Na primeira, é necessário que amplas campanhas governamentais sejam feitas em todo o país, incitando a discussão do tema dentro do ambiente familiar por meio da criação de uma Semana Nacional de Transplante de Órgãos que atuará a nível comunitário, contanto com palestras de especialistas que esclareçam o assunto. Já na segunda linha, cabe que o Ministério da Saúde dê capital suficiente ao SUS para que ele expanda as suas centrais de doação e captação de órgãos a nível nacional. Com tudo isso, a nação fará aquilo que é certo e também afirmará o direito à vida como fundamental.