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Enviada em: 02/11/2017

É incontrovertível que a doação de órgãos é algo muito importante para uma pessoa. Contudo, hoje, apesar do país se destacar enquanto proprietário do maior sistema público de transplantes no mundo, ele ainda vivencia dilemas acerca dessa temática. Nesse sentido, é possível refletir sobre os fatores culturais e infraestruturais como principais motivos para essa problemática.      É fundamental pontuar, de início, que questões culturais configuram-se como fatores muito decisivos para a realização de uma doação de órgão. Isso porque o ato de doar não depende somente da pessoa que deseja fazer isso, mas também do consentimento de seus familiares, os quais, na maioria das vezes, não concordam com tal ação, ora pelos preceitos religiosos, ora pelo desconhecimento do assunto. Tal situação configura-se como um problema, pois, à medida que a família não concorda, a pessoa é sepultada e os seus órgãos não são retirados, o que não é justo, haja vista que eles poderiam servir aos outros que se encontra em filas à espera de uma doação, os quais contabilizam um total de 41.042 pessoas, segundo o Ministério da Saúde (MS), em 2016.        Outro ponto importante que se insere junto à questão supracitada são os fatores infraestruturais. De acordo com dados do Sistema Nacional de Transplantes, 70% dos órgãos que deveriam ser aproveitados são desperdiçados. Isso ocorre por conta da baixa quantidade de profissionais especializados na área de transplantes e aeronaves dedicadas ao transporte desses órgãos, visto que a maior parte desses dois quesitos está concentrada em regiões sul-sudeste, o que dificulta a captação e o transplante, pois a maioria dos órgãos sobrevive pouco tempo fora do corpo e, com isso, muitos são desperdiçados quando necessitam de uma viagem com distância mais longa.        Fica claro, portanto, que os problemas acerca da doação de órgãos têm caráter cultural e infraestrutural. Assim, para que se reverta esse quadro, ainda, problemático, é necessário que o MS, aliado a ONG's, promova campanhas e propagandas, através de todas as mídias – televisivas, sociais e impressos -, que discutam e esclareçam as pessoas sobre o que elas devem fazer para doar órgãos e como pode ser feito, a fim de aumentar o número de doadores e diminuir o número de pessoas nas filas esperando por uma doação. Ademais, cabe, também, ao MS firmar acordos com mais empresas aéreas do país - como já vêm acontecendo -, com o fito de maximizar o transporte de órgãos em todo território nacional, atenuando os casos de desperdícios e garantindo mais sucessos nos transplantes. Através dessas medidas, o país alcançará, gradativamente, o êxito.