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Enviada em: 03/11/2017

Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, um doador saudável pode salvar até oito vidas. Mediante essa proporção, a fila para transplantes não deveria se tornar um problema para a Sociedade brasileira, todavia, a questão da doação de órgãos encontra certos empecilhos, como a deficiência na infraestrutura e o rigor do processo, absolutamente necessário para garantir um sistema sem brechas para a ilegalidade. No Brasil, o Sistema Único de Saúde é responsável por todo o transcurso desde a lista de espera à cirurgia, que são totalmente gratuitas, garantindo a isonomia. Essas cirurgias, no entanto, necessitam de um padrão tecnológico e profissionais especializados, e esse tipo de estrutura concentra-se nas regiões onde há maior desenvolvimento científico, como as grandes metrópoles do Sul e Sudeste. Ademais, o transporte de órgãos precisa ser altamente eficiente, evitando que uma oportunidade se perca pela distância ou tempo entre o doador e o paciente. Em 2015, cerca de 9600 brasileiros tiveram morte encefálica e, ainda de acordo com a ABTO, somente 3000 destes se tornaram doadores. Uma possível causa para a rejeição das famílias deve-se ao momento trágico que a decisão precisa ser tomada, após a morte de um ente querido. A família também não tem acesso aos receptores, assegurando que não recebam compensação financeira ou benefícios. No caso de um doador vivo, é necessário entrar com um processo judicial caso o receptor não seja seu parente ou cônjuge. Esse trâmite é necessário para evitar o comércio de órgãos, que em quaisquer circunstâncias é ilegal.  Vista a importância de propiciar uma infraestrutura eficiente, o Ministério da Saúde poderia requerer a ABTO um relatório sobre hospitais estratégicos espalhados pelo país para serem capacitados com a tecnologia necessária para se tornarem referência em transplantes na região. É importante ter a questão discutida dentro das casas, para esse papel, grandes emissoras poderiam gerar o debate através de novelas que tem grande apelo entre a população. Entender a importância da doação é também exercer a cidadania.