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Enviada em: 03/11/2017

Sobre a doação de vida       Segundo o sociólogo Émile Durkheim, uma sociedade pode ser dita como um "corpo biológico" uma vez que, assim como tal, é composta por partes que interagem entre si. Sob o mesmo ponto de vista, para que o organismo tenha um funcionamento bom e coeso, é preciso que todos sejam interligados e busquem agir de forma unida. Entretanto, no Brasil, isso não é realidade, pois ainda é possível ver cidadãos morrendo na espera de um transplante. Esse dilema na hora de doação de órgãos é fruto, em especial, da rejeição das famílias no momento da doação e da má infraestrutura na saúde pública.       De certo, o número de doadores vem aumentando. No primeiro semestre de 2017 o aumento foi de 16% em relação ao ano anterior. Por outro lado, ainda existe um grande número de recusas. Cerca de 43% dos brasileiros negam a doação de órgãos após o falecimento de um parente. Desse modo, como já esperado, a fila de espera teve um aumento notório, segundo o Ministério da Saúde.       Ademais, ainda que o SUS financie mais de 90% dos transplantes e que os números dos procedimentos venham aumentando, ainda há muitas falhas no que diz respeito à infraestrutura hospitalar. O baixo número de profissionais especializados nas UTIs - fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos, entre outros - inviabiliza um sistema maior que o atual.       Torna-se claro, portanto, que o dilema na doação de órgãos - ou doação de vida - é algo sério e que exige soluções imediatas, não apenas um belo texto. Cabe ao Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, investir mais nesse setor, criando mais hospitais especializados. Além do aumento na contratação de profissionais da área, é preciso que esses novos hospitais sejam bem distribuídos pelos país, uma vez que a locomoção de longa duração com um órgão não é possível. Já a mídia, por meio de campanhas, deve abordar a questão a fim de fazer a população entender melhor o assunto, buscando aumentar o número de autorizações.