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Enviada em: 03/11/2017

Mais de 40 mil pessoas estão na fila de espera por um transplante. No ano de 2016 a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) registrou um aumento de 5% na doação de órgãos, porém mesmo com o crescimento o número não supre as necessidades. A recusa das famílias em transplantar um ou mais órgãos do ente falecido se da por inúmeros motivos, esses que vão da falta de informação até a incredibilidade no sistema de saúde brasileiro.   Um dos valores ensinados para crianças tanto nas escolas quanto em casa é o de fazer o bem ao próximo sempre que possível, na maioria das vezes tem-se como ilustração desse ato a doação daquilo que já não se faz mais uso, por exemplo, brinquedos e roupas. A ideia do transplante de órgãos deveria ser tão natural quanto a anteriormente citada, visto que, segue a mesma ilustração. Como a maioria cresce sem conversar sobre o assunto acabam por não expor o desejo de doar ou não órgãos, refletindo na família, que quer respeitar as escolhas, uma imensa dúvida na hora da decisão pós o falecimento.    Além disso, o tema é pouco abordado pela mídia deixando assim de atingir cerca de 77% da população que afirma se informar por meio da televisão. Não tendo conhecimento suficiente sobre as doações; pais não se dispõem a transplantar ou incentivam os filhos a o fazer. Outro fator da não doação é a descrença no sistema de saúde, a família costuma não entender o diagnóstico final quando de morte encefálica e atribui algum erro à equipe médica ou se sente pressionada pela abordagem dos responsáveis da área.    Em suma, a falta de informação e receio das famílias gera a resposta negativa sobre os transplantes. Para que a doação de órgão comece a crescer numericamente é preciso que a mídia auxiliada por médicos e outros trabalhadores da área de biológicas promovam campanhas para explicar a importância de doar, incentivem a atitude por meio de relatos de pessoas que conseguiram sair da fila de espera e receberam o transplante, tendo a vida fora do hospital retomada. Ademais, que mostrem aos pais a necessidade de conversar com os filhos sobre o assunto para que os mesmos tenham recursos suficientes no momento de tomar uma decisão a respeito. Como resultado haverá uma naturalização da prática e aceitação de que mesmo a morte pode salvar vidas.