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Enviada em: 03/11/2017

A questão da doação de órgãos no Brasil é bastante delicada e pouco difundida. O país em que vivemos, por ser cristão e majoritariamente católico, acaba carregando alguns dogmas retrógrados. Ainda em 2017 a quantidade de doadores está muito aquém do necessário para a melhora da saúde pública, e isso se deve principalmente à má distribuição de equipes especializadas na área e ao pragmatismo religioso.    Mesmo com a modernização do Brasil acerca da questão dogmática ainda hoje muitas das religiões cristãs defendem que o indivíduo é um templo e não deve ser profanado. Reprovando qualquer mudança no estado natural do corpo, tatuagens, brincos e também a retirada de órgãos após o falecimento ou em vida, como é possível com a medula óssea, rim e fígado. O grande problema da manutenção dessa linha de pensamento é que ela contribui para a permanência de mais de 40 mil pessoas na fila de espera do SUS por um transplante, inviabilizando o trabalho da equipe médica.    Em 2016 houve um discreto aumento no número de doadores,cerca de 5%.Todavia esse crescimento é insuficiente tanto em número quanto em distribuição territorial. Há uma severa carência de profissionais da área no norte, nordeste e centroeste do país. Esse cenário é preocupante, visto que a vida útil de um órgão após retirado é curta. Um coração, por exemplo, dura de quatro a seis horas apenas, assim como os pulmões. Por isso não convém que os órgãos viajem de um estado para o outro, o que faz com que seja imperativo a presença de equipes em todo o país.   Em síntese, nota-se que a realidade dos transplantes no Brasil precisa ser melhorada com urgência. A fim de atenuar o problema o governo deve oferecer mais incentivo às equipes médicas em áreas com carência desse tipo de profissional, além de realizar campanhas de conscientização nos rádios, na televisão e nas redes sociais principalmente, para que possa ser aberto o tema à discussão e para que os dogmas religiosos sejam adequados à modernidade afim de salvar vidas. Trilhando esse caminho, estaremos indo rumo a um país mais humano, justo e com melhores recursos para todos.