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Enviada em: 14/03/2018

George O’Malley, personagem da série americana, Grey’s Anatomy, foi marcado com a oportunidade de ser um doador de órgãos possibilitando a salvação de diversas pessoas. No entanto, fora da televisão esse cenário representa um tabu na sociedade brasileira. Hoje, deve-se analisar que as questões religiosas e a falta de informação impossibilitaram a doação de órgãos no Brasil, cujas consequências somente enfraquecem a nação.  É importante discutir, antes de tudo, que a ideologia religiosa é a principal responsável pelo escasso número de doadores. Isso acontece porque, segundo o trecho da Bíblia em Gênesis 9:4, Deus disse a Noé: “Somente a carne com a sua alma — seu sangue — não deveis comer’’ logo, os seguidores da crença acreditam que toda alma, vida ou sangue pertence a Deus. Por consequência disso, muitos religiosos não aceitam e nem doam órgãos por acreditarem que seja um pecado e que Deus castigaria aqueles que fizessem tal ato, sendo que, quando se torna um doador ocasiona a possibilidade de salvar outras vidas.  Além disso, é necessário analisar que a falta de informação sobre o processo e doação também é responsável pelos baixos índices de doadores. Nota-se que de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 96% das famílias brasileiras não dialogam com a possibilidade de que futuramente possa ser um doador. Muitas pessoas, por exemplo, têm medo de falar sobre a morte com os familiares, visto que, imaginar a situação do óbito de alguém da família poderia causar desconforto e tristeza, sendo que, esse assunto deveria ser tratado com um gesto natural do ciclo da vida. Em decorrência dessa fragilidade no seio familiar, doar órgãos torna-se cada vez mais distante da realidade brasileira. Fica evidente, portanto, a importância de aderir medidas capazes de garantir maior número de doadores de órgãos no Brasil. Para isso, o Ministério da Saúde em parceria com Igrejas devem incentivar a ação de ser um doador por meio de propagandas engajadas a fim de gerar os gestos de compaixão e o hábito de empatia. Outrossim, o Conselho Nacional da Saúde pode realizar palestras públicas através de profissionais da área da saúde explicando a importância de ser um doador para o indivíduo com o propósito de que a população se conscientize e perda o medo de dialogar com os entes familiares. Dessa forma, a doação de órgãos deixará de ser uma problemática do cotidiano brasileiro.