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Enviada em: 20/03/2018

A lei brasileira 9.434 de 1997, regulamenta a realização de transplantes de órgãos em estabelecimentos de saúde permitidos pelo Sistema Único de Saúde. Pode-se doar e transplantar órgãos, tecidos ou partes destes para pessoas que estejam cadastradas na lista de espera do Registro Brasileiro de Transplantes, haja vista que, é necessário o consentimento do paciente e/ou familiar para esse fim. Nota-se, entretanto, uma realidade diferente nesse contexto de doações, onde a necessidade muitas vezes dá lugar a ilegalidade, e o dinheiro acaba comprando algumas vidas e matando outras.       Em primeiro plano, é possível perceber a desinformação acerca do assunto que assola grande parte da população. Isso se deve ao fato de que, falta divulgação sobre como é realizado todo o procedimento de doação, desde o consentimento do paciente até a retirada de seus órgãos. Outro ponto que merece destaque é o déficit de equipes especializadas em transplantes e de estabelecimentos de saúde apropriados para a realização das cirurgias. Além disso, é observada a concentração desses grupos multiprofissionais altamente capacitados em algumas regiões brasileiras em detrimento de outras, como é o caso da região Sudeste, que lidera o ranking de transplantes no país. Paradoxalmente, é necessário mencionar que o Brasil vem apresentando um aumento significativo do número de potenciais doadores de órgãos nos últimos anos, passando de 15,7% de doadores por milhão de pessoas em 2015 para 16,2% de doadores em 2016.      Todavia, nota-se um crescimento da rejeição entre os familiares dos doadores, com um aumento significativo de 43% no ano de 2017, permitindo que se instale um quadro de escassez de tecidos e órgãos para quem necessita. Diante desse contexto, abre-se espaço para a comercialização de órgãos e a propagação de máfias dentro de hospitais, colocando em risco a vida de pacientes que ainda não foram à óbito, mas que tem suas vidas interrompidas em troca de dinheiro. Agregado a isso, os pacientes que encontram-se na fila de espera, tem seu direito infringido por esses profissionais mafiosos que vendem a esperança da vida a quem pagou mais por ela.         Sendo assim, é imprescindível que o governo divulgue campanhas de conscientização e de informação acerca do assunto e divulgue maciçamente em veículos de comunicação, bem como em estabelecimentos de saúde em todo o país. Somado a isso, é de suma relevância que o tema seja incorporado nas instituições de ensino por parte do governo,  para que se inicie desde cedo o debate sobre a doação de órgãos e de como essa atitude salva vidas, pois os jovens do presente serão os profissionais do futuro, e o conhecimento e a educação ainda são a base de um mundo melhor e mais humano.