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Enviada em: 18/10/2018

"A solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana", a máxima de Franz Kafka descreve adequadamente os doadores de órgãos.Estes procuram realizar uma boa ação sem ver a quem, a perfeita representação da alteridade humana.Contudo, ainda existem alguns obstáculos como a ausência de conhecimento sobre o assunto; o que impede um maior número de doações. Isso mostra que, contrastando com o egoísmo de muitos, há a benevolência de outros.  É impressionante observar que a realização dessa prática é fundamental para o socorrimento de vidas.Dessa forma, pacientes que sofrem com falência total ou parcial de órgãos podem ser extremamente beneficiados, já que segundo dados do IBGE, existem mais de 34 mil pessoas na fila de espera para transplantes.Além disso, esse é um ato de total e mais pura empatia humana, e como já dizia Fernando Pessoa: "Tudo vale a pena se a alma não é pequena". Esses fatores evidenciam que a realização dessa doações apresentam grande relevância na vivência de muitos indivíduos.   Essa situação se deve, principalmente, à falta de informação sobre a doação de órgãos.Esta, somada a precária infraestrutura de coleta e transporte, torna essa prática, por muitas vezes, impossibilitada.Ademais, ainda há a rejeição de doação após morte cerebral por parte de várias famílias; estas estando envolvidas em dilemas éticos e até na desconfiança para com o Sistema de Saúde.Mostra-se, assim, que tais empecilhos até então estão presentes na sociedade contemporânea.  Tal realidade, em outros tempos, era bem diferente devido o menor número de efetuações dessa prática humanitária.Foi só com a criação do SUS (Sistema Único de Saúde), em 1988, que houve a reversão desse quadro; sendo esse o responsável por financiar a maioria dos transplantes no Brasil.Hoje, há um acréscimo significativo desse ato, já que segundo uma pesquisa da ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos), em 2017 ocorreram 27 mil transplantações.No futuro, apesar dos desafios existentes, a tendência é de que esse quadro aumente ainda mais.  Diante do exposto, portanto, é necessária uma intervenção estatal por meio de maiores investimentos na coleta e transporte de órgãos; contratando mais equipes médicas e forças aéreas especializadas, treinando-as efetivamente, da devida notificação de morte encefálica com uma melhor abordagem às famílias, e além disso, por meio do Ministério da Educação com a inserção da temática de doação no ensino fundamental.A sociedade, juntamente, à mídia devem promover campanhas que visem informar a população sobre essa prática; através de outdoors, palestras, debates e programas midiáticos de conscientização.Cabe, ainda, ao cidadão entender a importância desse ato para o exercício da alteridade.Com isso, será possível a maior ocorrência de doações e o incentivo a solidariedade cultural.