Materiais:
Enviada em: 07/09/2017

Cada indivíduo, ao fazer parte do corpo social, insere-se em múltiplos grupos e instituições que se entrecruzam. Compreender essa multiplicidade significa ser capaz de analisar os diferentes comportamentos humanos. Para o pensador alemão Karl Marx, os indivíduos devem ser analisados de acordo com o contexto de suas condições e situações sociais, já que produzem sua existência em grupo. A partir desse olhar sociológico, observa-se que, ao se discutir sobre os desafios da saúde pública no Brasil, é fundamental avaliar, primordialmente, as causas da persistência desses problemas. Nesse caso, cabe questionar como as políticas governamentais têm corroborado para esse quadro.   Em primeiro plano, constata-se que as verbas destinadas pelo Governo Federal ao sistema público de saúde são insuficientes, visto que frequentemente são divulgadas reportagens mostrando inúmeros hospitais sem médicos e com condições precárias. Diante do exposto, confirma-se a análise de Marx, na medida em que o problema da saúde persiste devido à ineficiência do poder público em lidar com a situação. Consequentemente, não se pode negar que os baixos investimentos se devem à má administração e ao descaso do poder governamental. Isso porque, apesar dos crescentes cortes ligados à saúde, o Brasil não enfrenta problemas referentes à falta de dinheiro, dado que foram inúmeros gastos com as Olimpíadas e com a Copa do Mundo. Não espanta, pois, que a população, com poder aquisitivo mais alto, prefira a contratação de planos médicos particulares.   Outro ponto coaduna-se à concepção de Zygmunt Bauman. Conforme o sociólogo, o advento da modernidade acarretou em mudanças, como o surgimento de comidas industrializadas e de uma rotina de trabalho intensa. Nessa perspectiva, é fundamental perceber que essas modificações são prejudiciais à saúde, posto que, com elas, parte dos indivíduos se alimentam mal e não realizam exercícios, ficando mais propensos a terem problemas de saúde e causando o aumento da procura por hospitais. Contudo, não há dúvidas de que essa questão seria solucionada se o governo investisse em políticas para informar a população sobre os malefícios desses hábitos, todavia, não são realizadas tais medidas. Por esses motivos, é essencial um papel conjunto da sociedade e do poder público.    Nessa lógica, é essencial que o Ministério da Saúde, por meio da contratação de educadores físicos e de nutricionistas, promova eventos nas comunidades, com intuito de auxiliar e de informar os cidadãos sobre a importância de se praticar exercícios e de se ter uma alimentação saudável. Outro ponto chave é que a população brasileira, por meio de grupos online, organize-se e promova protestos em âmbito virtual e presencial, a fim de cobrar que os governantes invistam de forma correta na área da saúde. Com isso, pode-se acreditar que o os desafios da saúde pública serão superados no Brasil.