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Enviada em: 18/10/2017

Desde que foi criado, em 1988, o Sistema Único de Saúde trouxe avanços inegáveis à essa área e representa uma ferramenta essencial para alcançar os objetivos previstos pela Constituição, ou seja, oferecer um serviço universal, igualitário e integral de assistência à população. No entanto, uma série de falhas de planejamento e administração impedem que esses objetivos sejam alcançados.   De acordo com o Ministério da Saúde, 75% dos 200 milhões de brasileiros dependem, exclusivamente, do SUS. Todavia, segundo pesquisa feita pelo Instituto Data Folha, a pedido do Conselho Federal de Medicina, 87% dos eleitos consideram o sistema péssimo, ruim ou regular. Esses dados são altamente justificáveis, pois, como mostrado na série Sob Pressão, em alguns hospitais faltam até produtos indispensáveis, como oxigênio ou medicamentos básicos. Dessa maneira, quem não tem condições econômicas para custear um plano de assistência médica privada passa meses nas filas de espera.        Entretanto,  a assistência médica no Brasil está longe de ser democratizada. Isso porque, apesar dos impostos pagos pelo contingente demográfico, o repasse de verbas do governo federal não acompanha o dos governos estaduais e municipais e essa discrepância faz com que hospitais não tenham recursos suficientes para se manter e atender toda a sua demanda. Além disso, há ausência de mais investimentos na atenção básica e, em muitas cidades, faltam equipes do Programa de Saúde Familiar. Com isso, pessoas recorrem ao pronto-socorro para tratar problemas banais, que poderiam ser tratados no PSF, ocupando leitos e profissionais que deveriam atender casos mais graves.       Desse modo, medidas são necessárias para superar as falhas mencionadas e tornar a saúde um direito de todos no Brasil. Para isso, a União precisa aumentar o repasse de verbas, vinculando 10% da receita bruta do Estado para a saúde. Outrossim, o Ministério da Saúde deve, em parceira com o Conselho Federal de Medicina, aumentar o atendimento básico ao criar um plano de auxílio que promova mutirões em que equipes do PSF atendam à população e façam prevenção de doenças, pois, assim, a série Sob Pressão, futuramente, não passará de fixação.