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Enviada em: 27/10/2017

A incidência da Constituição de 1988 determinou como universal, público e gratuito o Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse contexto, torna-se dever do Estado assegurar esse direito à todos os cidadãos, inclusive os que usufruem do sistema suplementar - planos de saúde-. Entretanto, na prática, essas garantias são amputadas, uma vez que não há equidade e qualidade nos atendimentos hospitalares brasileiros.         Em primeiro plano, a desigualdade geográfica interfere na distribuição de leitos nos hospitais. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as regiões mais pobres do Brasil recebem  menos investimento em saúde e educação. Dessa forma, grande parte das verbas, direcionada à saúde pública, é destinada aos grandes centros urbanos  que concentram  maior número de médicos especializados. Consequentemente, aqueles que residem em bairros desfavorecidos sofrem com a falta de serviços e equipamentos em clínicas marginalizadas. Prova disso são dados do Mapa da Desigualdade que revelam que dos 96 municípios de São Paulo, 30 não possuem leito.       Outrossim, a grande demanda enfrentada pelo Sistema Único de Saúde compromete a qualidade do atendimento. Consoante dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 30% dos brasileiros utilizam simultaneamente os sistemas público e privado de saúde. Nesse âmbito, o serviço suplementar não recebe casos de alta complexidade como , por exemplo, HIV, câncer e transplante de órgãos. Por conseguinte, a população passa a enfrentar longas filas de espera bem como  a superlotação das clínicas.       É imprescindível, portanto, assegurar a efetividade do direito à saúde no país. Dessa maneira, o Governo Federal deve melhorar a distribuição de verbas para educação e saúde, por intermédio de uma efetiva gestão orçamentária, com a finalidade de criar mais vagas de medicina,  nas universidades  públicas, para pessoas de baixa renda, como também aumentar a distribuição de equipamentos e leitos em locais menos desenvolvidos. Ademais, os serviços suplementares  devem otimizar o gerenciamento de seus recursos, por meio do investimento em novas tecnologias, a fim de atender os casos mais graves, diminuindo, assim, a saturação nos hospitais públicos, à longo prazo.