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Enviada em: 28/04/2018

"O importante não é viver, mas viver bem". De acordo com Platão, a qualidade de vida é, muitas vezes, mais considerável que a própria existência. Entretanto, é evidente que os problemas acarretados pelo desafio nacional do descaso perante o direito da terceira idade distancia a nação brasileira de vivenciar o pensamento do filósofo grego. Portanto, urge a necessidade de reconhecer e problematizar a persistência da violência contra o idoso brasileiro e no que isso afeta em sua vida. Do mesmo modo, compreender as raízes dessa intolerância auxilia nas mediações da esfera pública contra tal egresso.      Em primeiro plano, ressalta-se, de acordo com o portal virtual Nuppes, que 28% dos crimes perpetuados contra essas vítimas consistem em maus-tratos psíquicos. Por conseguinte, interpreta-se que à medida em que a terceira idade desempenha vulnerabilidade em suas relações, o reforço à punição de tal tipo de agressão e dos elementos atuantes nela demonstra-se necessário. Assim sendo, o papel de grupos voluntários em apoio a essas vítimas deve ser corriqueiro, visto que a atenção e os cuidados encadeiam o sentimento de solidão a esses indivíduos.        Além disso, a invisibilidade geriátrica predomina no cenário nacional em que, embora o Estatuto do Idoso defina que seja obrigação da família e do Estado a garantia do direito à vida, à cultura e ao lazer, a realidade vivenciada pelo idoso no Brasil explicita o descaso em todas as suas formas. Conquanto na Roma e Grécia antiga os mais sábios eram vistos como entidades respeitadas, as quais consideradas mais sensatas para governar, na contemporaneidade brasileira a terceira idade é exclusa socialmente. Exemplo disso é a carência do oferecimento da compreensibilidade desses na mídia, no Estado e nas escolas que se externa inexistente.        Face às considerações exploradas, cabe às escolas, em parceria com o Ministério da Educação, a realização semanal de projetos comunitários e escolares que consistam em compreender a concepção dos mais velhos, como visitas a asilos, em que haja interação de ambas as partes por intermédio de jogos de tabuleiro e rodas de conversa. Ainda com intuito de zelar pelos mais experientes, compete ao Ministério da Justiça o enrijecimento de leis, em termos de cárcere e multas, aos infratores do respeito aos mais velhos.        Outrossim, almeja-se do Estado o fornecimento de subsídios à mídia, a fim de que essa aborde em novelas as consequências desse mal, para que traga ao núcleo familiar a problemática abordada. Não obstante, desse mesmo órgão, espera-se o investimento em uma infraestrutura adequada, utilizando rampas e pisos antiderrapante em sua construção, de modo que esse grupo viva com mais conforto e dignidade. Só assim será possível a construção de um país condizente com a premissa platônica.