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Enviada em: 18/07/2018

Hora de descansar? A realidade dos idosos no Brasil       O enredo da animação "Up: Altas aventuras" conta a história de um idoso solitário e viúvo, prestes a perder a casa em que viveu durante toda a vida. Tal contexto, representa a cruel realidade à que grande parte das pessoas de terceira idade estão expostas no Brasil. Aliado à isso, o avanço da medicina e a ampliação dos serviços de saneamento propiciaram longevidade à população em um ambiente hostil, já que, como evidenciado por Maggie Kuhn, fundadora do movimento Panteras Cinzas, o mito de que a velhice é sinônimo de doença, inutilidade e todos dessa parcela devem ser tratados da mesma forma, ainda está presente no pensamento da massa.       Em primeira análise, verifica-se que com o Estatuto do Idoso de 2003, tornou-se responsabilidade da família o cuidado pelo mesmo. Porém, com os novos modelos familiares, em que os membros possuem rotinas frenéticas, concomitantemente à diminuição do índice de fecundidade nos últimos anos, essa população é sujeitada à violência, maus-tratos, abandono e transtornos psicológicos, como a depressão e ainda ao suicídio, já que a OMS considera essa faixa etária como grupo de risco à essa prática.       Simultaneamente ao exposto, observa-se o despreparo estatal para lidar com o envelhecimento da população. Tal cenário é consequência da falta de planejamento com base no acompanhamento da pirâmide etária nacional, que anteciparia a necessidade de prévios investimentos nos serviços básicos, como transporte, segurança, centros de cuidados para idosos e fundos que garantissem à esses estabilidade financeira. Porém, atualmente, de acordo com o Ipea, poucos recursos públicos são destinados à essa faixa da população, agravando a impossibilidade de exercerem seus direitos.       Com essas constatações, urge a necessidade da participação de todos os agentes atuantes da sociedade a fim de garantir os direitos dos anciãos.  Portanto, o Ministério da Saúde deve incluir e regularizar a profissão de cuidador nas políticas da área de saúde e de assistência social, como exemplo no Sistema Único de Saúde (SUS) e nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Já a sociedade, cabe a adoção de acompanhamento médico que previna doenças adquiridas com o avanço da idade, aumentando a independência na velhice. Ademais, as instituições filantrópicas podem criar unidades para estadia das pessoas com idade avançada enquanto seus responsáveis trabalham. Ao Governo, compete garantir não só os serviços essenciais, mas também possibilitar o acesso à todo esse grupo, através de programas sociais e políticas públicas.