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Enviada em: 12/10/2018

Na obra “Entre quatro paredes”, do filosofo Jean Paul Sartre, o protagonista Garcin declara a sentença: “o inferno é os outros”. Desse modo, afirma sua insatisfação de conviver socialmente, visto que há uma pluralidade notória de idiossincrasias humanas que exaltam comportamentos e atos que retirem direitos da população idosa, como a proposta de aumento da idade de aposentadoria aliado ao abandono e desrespeito a sua dignidade. Logo, pode-se dizer que o contexto retratado se reflete no meio social brasileiro, sendo em demasiados casos ignorados pelos cidadãos. Entrementes, essa problemática possui firmes sustentáculos, gerando flagelos sociais, os quais são demonstrados pela falta do exercício exíguo da dialética até por taxas de violência mais elevadas.     De acordo com o sociólogo Pierre Bourdieu, as estruturas sociais são incorporadas inconscientemente pelo individuo. Portanto, exprime-se que os discursos sociais engendram comportamentos em que o homem é agente e paciente de tais, ou seja, as pessoas são influenciadas pelo meio – intolerantes aos idosos – e, dessa maneira, a falta de paciência de seus cuidadores, por exemplo, causa inúmeros casos de maus tratos. Além disso, a falta do exercício do dialogo sobre as violências sofridas perpetua ainda mais esse cenário, uma vez que a criticidade é negligenciada.           Por conseguinte, o historiador Sergio Buarque de Hollanda, citou em suas publicações sobre a cordialidade humana. Conforme ele, durante os processos de formação histórica do Brasil diversos estigmas foram estabelecidos, entre eles o desrespeito e a falta de empatia com o próximo. Assim sendo, os idosos por estarem em uma faixa etária que necessita de maiores cuidados são grandemente afetados por essa dinâmica.           Em suma, o Governo Federal por meio do Ministério da Saúde, da Educação e da Justiça devem implantar politicas públicas que ampliem os debates, regulamentando ações para o interesse da questão. Dessarte, tais atos podem ser demonstrados pela desconstrução da moral de unicidade logica, por intermédio de campanhas, palestras e fóruns nas escolas, bairros e cidades, permitindo assim, uma amplitude de diálogos e ações que diminuam a violência contra os idosos, o abandono e o desrespeito. Além disto, é necessária a ampliação e manutenção de leis que punam com rigor tais atos. Outrossim, a mídia (televisão, radio e redes sociais) devem promover comerciais e campanhas de incentivo ao respeito e bem estar dos idosos. Afinal, precisa-se de aprendizado para se construir um novo tempo histórico, pois, como disse o pensador Platão, “ aprender é mudar posturas”.