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Enviada em: 17/10/2018

Quebra-cabeça social        Na visão de René Descartes, considerado o Pai da Filosofia Moderna, "Não existem métodos fáceis para resolver problemas difíceis". Embora séculos tenham se passado desde a afirmativa, questões como os direitos da terceira idade ainda são consideradas grandes entraves difíceis de serem resolvidos. É latente que esse cenário se agrava devido à falta de zelo por parte do Estado, bem como pelos familiares, requerendo assim mudanças em caráter de urgência.       Em primeira instância, é válido destacar que os avanços tecnológicos, principalmente na área medicinal, influenciaram positivamente no aumento da expectativa de vida da população. Segundo pesquisa publicada no portal de notícias "G1", em 2014 cerca de 13% do corpo social apresentava mais de 60 anos de idade. Entretanto, o índice de melhorias governamentais voltadas aos idosos não acompanhou tal taxa de crescimento, revelando, assim, uma falha na administração do sistema democrático vigente no país. Para amenizar os impactos sofridos por essa minoria, foi criado o "Estatuto do Idoso" que representou grande avanço na conquistas de direitos, porém inúmeros deles ficam somente no papel e não entram na prática do dia a dia das pessoas com idade avançada, demonstrando o descaso político por àqueles que tanto contribuíram para o progresso do país.       Ainda convém ressaltar que os idosos representam "presas" fáceis para violência. Na lista de crimes contra essa categoria populacional se encontram abusos físicos e psíquicos, ameaças, difamações, homicídios, dentre outros delitos. O fato mais chocante desses acontecimentos é que, geralmente, os autores das infrações são os próprios familiares da vítima em questão. Dessa forma, o dizer do filósofo Thomas Hobbes condiz com essas atitudes errôneas, já que o homem é capaz de prejudicar um familiar por desejar a conquista de um objetivo pessoal, sendo o "lobo do próprio homem", assim, revelando a capacidade maliciosa do ser humano.        Fica evidente, portanto, a necessidade de soluções práticas para o combate dos desafios encontrados nos direitos da terceira idade. A começar pelo Ministério da Educação, que deve elaborar em todas as escolas públicas, rodas de conversa com os alunos para discutirem acerca dos problemas enfrentados por idosos, a fim de colher ideias de mudanças e gerar a devida atenção às pessoas de idade avançada desde os primórdios infantis. Ademais, cabe ao Ministério de Segurança criar um disque-denúncia especializado em casos de violência contra pessoas da terceira idade, com o fito de extinguir os delitos. Destarte, toda a nação brasileira poderia homologar com o ideal descartiano, adotando medidas burocráticas, porém eficazes; solucionando assim esse quebra-cabeça social.