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Enviada em: 14/08/2019

A urbanização, juntamente com o desenvolvimento da medicina, proporcionou um aumento significativo na expectativa de vida da população mundial. Dessa forma, as nações têm passado por um processo de envelhecimento, marcado pela ascendente presença de idosos no contingente demográfico. Entretanto, sociedades, como a brasileira, mostram-se defasadas para essa transição, haja vista que são constantemente afetadas por imbróglios no que se tange ao respeito e a prestação de assistência adequada a esse indivíduos, seja no âmbito social, econômico ou familiar.          Em primeira análise, é importante pontuar que a figura do idoso na sociedade, durante boa parte da história, foi vista como um símbolo de sabedoria e nobreza. Na civilização espartana, por exemplo, somente pessoas acima de 60 anos poderiam elaborar as leis. No entanto, o idoso contemporâneo assume uma posição inferiorizada, sendo, muitas vezes, vítima de desrespeito e violência. Conforme dados do Ministério dos Direitos Humanos, em 2017, o Brasil registrou mais de 33 mil casos de agressões a pessoas idosas. Esse exposto pode ser considerado alarmante, já que o país caminha para ser composto majoritariamente por indivíduos da terceira idade.         Por conseguinte, o Estado, segundo ideário hobbiniano, é responsável por garantir ao homem liberdade e bem-estar social. Todavia, é indubitável que há lacunas na efetivação dos direitos humanos e legais dos idosos, as quais impedem o gozo de uma vivência plena e saudável. Sob ângulo econômico, é notório o afastamento da maior idade do mercado de trabalho, bem como a demora nos processos de aposentadoria e benefícios sociais. Em decorrência disso, o idoso, frequentemente, é visualizado na perspectiva de ser alguém ultrapassado e improdutivo.        Além disso, é incontrovertível que o processo de modernização da sociedade fragilizou os laços afetivos, assim como afastou o idoso da vivência coletiva. Desse modo,  percebe-se que muitas famílias o distanciam e negligenciam a sua existência, atitude que contribui para situações de abandono e isolamento, capazes de violar a integridade psicológica desses indivíduos.        Portanto, para reverter essa problemática, é necessário que o Ministério Público, aliado aos Conselhos dos Idosos e a Polícia Civil, fiscalize e investigue de forma rígida os casos de violência a idosos, além de prestar apoio jurídico e psicológico às vítimas. Dessa maneira, os direitos humanos e legais previstos poderão ser preservados e, devidamente, assegurados. Aliado a isso, o Estado deve promover políticas públicas assistencialistas capazes de manter os idosos no mercado de trabalho e agilizar o processo de aposentadoria. Por fim, é crucial que a população, em especial a família, reinsira essas pessoas socialmente, em busca de um envelhecimento saudável.