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Enviada em: 22/08/2019

Durante o período clássico da Grécia Antiga, nos tempos do filósofo Sócrates, a idade era vista como sabedoria. Já hodiernamente, no Brasil, muitos cidadãos da terceira idade além de serem considerados descartáveis por suas famílias, ainda sofrem com os maus-tratos vindos delas e de outros indivíduos. Nesse sentido, o cenário atual nacional enfrenta desafios para garantir o cumprimento dos direitos desse grupo, sendo assim, imprescindível uma remodelação dos projetos sociais.    Antes de tudo, o número de casos de negligência familiar com esses idosos precisa ser discutido. A solidão dessas pessoas maltrata seus corpos e, principalmente, suas mentes, deixando-as suscetíveis a problemas psicológicos, pois Aristóteles já dizia que o homem é um animal social que necessita da convivência em sociedade. De acordo com o Estatuto do Direito do Idoso, é crime passível de severas punições o abandono desses cidadãos em hospitais e clínicas médicas, contudo, é muito recorrente a incidência de casos assim no país. Dessa forma, é preciso analisar que mesmo com a existências de leis que condenem esses atos, sem o entendimento da população quanto ao tamanho da gravidade dessa problemática, denúncias não serão feitas e o crime continuará ocorrendo regularmente.     Paralelo a isso, a violência contra a pessoa de idade também é uma realidade brasileira. A Constituição Cidadã, promulgada em 1988, garante a todos os indivíduos o direito ao bem-estar social. Conquanto, os maus-tratos que os idosos vêm sofrendo na mão de familiares e indivíduos em geral com quem convivem, impossibilita que essa parcela da população desfrute desse direito na prática. Essa violência pode ser caracterizada como a física ou a econômica, a qual ocorre o uso indevido por meio de terceiros de suas aposentadorias para outros fins, se apropriando e desviando os seus bens e rendimentos. Em verdade, é inaceitável que depois de tantos anos auxiliando o desenvolvimento e prestado serviços ao país, a terceira idade seja vista como uma decadência do ser humano.     É necessário, portanto, que os atores sociais trabalhem frente ao desafio da efetiva prática dos direitos dos idosos. Para tanto, o governo em parceria com o Ministério da Comunicação deve promover uma conscientização quanto à importância de denúncias contra a negligência e a violência exercida nesse grupo, pois só assim as leis terão sua efetivação no combate ao problema. Ademais, tal empreitada será executada por intermédio de ações midiáticas, como debates, documentários e curta metragens exibidos em redes abetas de televisão e sites online disponíveis para todo o público. Por fim, objetiva-se construir uma sociedade ciente do seu papel de prezar pela saúde física e mental do idoso, e que, assim como a sociedade grega antiga na qual vivia Sócrates, veja os anos de idade adquiridos como algo o qual se deve valorizar e, principalmente, respeitar.