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Enviada em: 17/09/2019

Devido aos avanços na medicina, a expectativa de vida só tende a aumentar ao longo do tempo. O número de idosos no Brasil já é alto e com provável crescimento nos próximos anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -IBGE-. Entretanto, no que diz respeito ao acesso dos direitos da terceira idade, o país, infelizmente, não tem possibilitado de maneira eficaz, o que tornou-se um entrave de grande relevância social. Sob esse aspecto, é imprescindível a análise acerca dos principais desafios e de possível medida para atenuar tal impasse.    Mormente, ainda que haja o Estatuto do Idoso, responsável por garantir seus benefícios, é notável que esse grupo, muitas vezes, sofre discriminação por parte dos mais jovens. Embora, nem sempre, seja demonstrado explicitamente, o idoso é tratado como “peso morto” pela sociedade, pois podem apresentar limitações físicas e psicológicas. Além disso, a falta de infraestrutura nos espaços, assim como os problemas na Previdência, acentua ainda mais essa imagem. Dessa forma, a segregação vivenciada por eles evidencia o conceito de determinismo biológico, difundido no século XIX, em que se defende a predeterminação da função social do indivíduo a partir de suas características naturais. Nesse sentido, é inadmissível que uma nação, dita democrática, não atenda toda comunidade.  Em segunda análise, é importante ressaltar, também, que a própria dinamicidade, no mundo contemporâneo, dificulta a vida da terceira idade. A constante falta de tempo torna a necessidade de cuidar de um idoso, no Brasil, uma tarefa árdua. Ademais, os avanços tecnológicos não foram acompanhados por eles e poucos têm paciência de inseri-los nesse ambiente. Dessa forma, eles se veem cada vez mais excluídos da vida moderna e com mais dificuldade de se relacionar com as pessoas de outras faixas etárias. Esse cenário evidencia, então, o quanto a sociedade atual é individualista, fato ilustrado pela ideia de modernidade líquida de Zygmunt Bauman, em que, segundo ele, há uma fluidez nas relações sociais, ou seja, se desfazem com extrema facilidade.     Diante disso, fica claro que a exclusão da terceira idade é uma questão evidente e deve ser combatida. Portanto, a Mídia, importante formadora de opinião pública, deve informar melhor a população no que se refere à necessidade de garantir os direitos dos idosos, por meio de propagandas, realizadas em horários nobres, a fim de mostrar que, em vez de ultrapassados, eles possuem muita sabedoria e experiência para serem compartilhadas ao próximo. Ademais, as escolas precisam educar as crianças, desde o início, sobre a necessidade de darem a devida atenção aos avós, com isso, haverá uma solidificação afetiva entre as diferentes gerações. Assim, a interação entre todos os grupos etários será ampliada significativamente e tornará o Brasil um país humanizado e evoluído socialmente.