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Enviada em: 06/03/2017

É fato que o Estatuto do Idoso seja uma legislação avançada, haja vista a ampliação de privilégios oferecidos. No entanto, a realidade vivida pelas pessoas da terceira idade nos mostra o quão longe a prática da lei se encontra da teoria. Nesse sentido, convém entender a situação dos idosos no Brasil e, posteriormente, discutir medidas para um melhor cumprimento dos seus direitos.      Em um primeiro momento, deve-se entender que o cenário social dos idosos é preocupante e precisa de atenção. Para se ter uma ideia, o Disque 100, serviço do Governo Federal, recebeu no ano de 2015 mais de 60 mil denúncias, a maior parte por falta de cuidados e maus tratos. Embora esse número seja alarmante, a problemática é muito pior, uma vez que a grande maioria dos idosos não conseguem efetuar as denúncias, muitas vezes é o baixo nível de instrução, debilidade física ou até mesmo o medo de perder a família, o que faz desse dado apenas uma porcentagem ínfima da realidade. Nas ruas, a situação também não é muito diferente, onde os idosos sofrem diversos desrespeitos, desde ter um assento de ônibus negado, até extorsão do cartão de crédito em um banco, por exemplo. Para mudar esse quadro e garantir que esses cidadãos desfrutem de seus direitos, é preciso mudança na mentalidade da população.       Dessa forma, o que falta em muitas pessoas mais novas é o respeito e o carinho; deve-se cuidar dos idosos, dar atenção, passear, enfim dedicar um tempo livre a eles. Outrossim, é imprescindível que haja a banalização da violência, seja ela qual for: o Estatuto do Idoso diz que qualquer pessoa que testemunhe maus tratos deve interferir e, se necessário, denunciar.       O Estado, por sua vez, deve dar voz aos idosos, mostrando que existe uma legislação específica em suas defesas e que, portanto, possuem diversos modos para se defenderem, como denúncias, contestações e exigência dos seus privilégios. Outra questão muito importante, é expor, através da mídia, os direitos menos divulgados, que muitas vezes não chegam ao conhecimento dos idosos. Nesse viés, os governos municipais devem mostrar que esses cidadãos podem conseguir benefícios, como passagens aéreas, medicamentos, além de meia entrada em eventos culturais, "shows" e teatros. Dessa maneira, poder-se-á construir uma sociedade mais fiel aos princípios da Constituição e provedora dos direitos da terceira idade.