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Enviada em: 28/06/2017

O advento da Revolução Industrial impulsionou o desenvolvimento do sistema capitalista, no qual o modo de produção em larga escala é disseminado. Nesse ínterim, produtividade e individualidade configuram-se como conceitos fundamentais para a sociedade moderna. Em razão disso, tudo o que é considerado improdutivo torna-se dispensável e é substituído, o que representa, na esfera social do século XXI, a marginalização de pessoas idosas. Dessa forma, em contradição com a legislação vigente, os idosos enfrentam problemas sociais e preconceito no Brasil contemporâneo.       Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida dos brasileiros é cada vez maior. No entanto, esse aumento na longevidade, não é acompanhado por uma melhora na qualidade de vida dessa parcela da população. Prova disso é que inúmeras direitos presentes no Estatuto do Idoso ainda não são garantidos. A negligência e a violência psicológica são, conforme o Disque Direitos Humanos, as formas de violação mais comuns contra idosos, que muitas vezes em razão de suas limitações físicas e mentais são abandonados pela própria família. Por conseguinte, convém assegurar a aplicação da lei, proporcionando-lhes os direitos previstos.       Além disso, percebe-se que existe um preconceito em relação à pessoa idosa. Enquanto em países orientais, mesmo nos extremamente industrializados, o idoso é valorizado e respeitado, como detentor de um conhecimento de vida. No Brasil, esse grupo é discriminado pelo restante da sociedade. Dessa maneira, valores culturais e familiares são perdidos, pois a falta de reconhecimento na contribuição desses idosos para a construção do país impede que sua experiência seja transmitida às futuras gerações, levando a uma perda de identidade cultural. Dentro dessa lógica, o estigma social do idoso impossibilita seu ingresso no mercado de trabalho, haja vista que suas limitações laborais são superestimadas. Outrossim, o acesso à saúde e a prioridade no transporte coletivo, que essa faixa etária tem constando na Constituição, são ignorados pela sociedade e pelo Poder Público.    Torna-se evidente, portanto, que medidas são necessárias para resolver o impasse. Para tanto, Escolas e ONGs devem promover a conscientização da sociedade, mediante projetos de integração social do idoso com a comunidade, além de realizar palestras como forma de compartilhar conhecimentos entre as gerações. É necessário que o Governo invista em políticas públicas para esse setor, ampliando a infraestrutura do sistema de saúde, segurança e transporte, a fim de que detenham maior acessibilidade e direitos garantidos. Ademais, Instituições de Ensino Superior precisam formar um número maior de profissionais capacitados e especializados para atendê-los, assim como oferecer vagas e cursos específicos ao público idoso, ampliando suas possibilidades e qualidade de vida.