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Enviada em: 05/08/2017

Uma das rebeliões mais sangrentas da República Velha, no Brasil, foi a Guerra de Canudos. Três expedições do exército republicano fizeram-se necessárias para derrotar aquele povoado no sertão da Bahia. Esse agrupamento, de maioria pobre, era liderado por Antonio Conselheiro, um senhor de idade, que, juntos, buscavam melhores condições de vida. Nos dias de hoje, a população brasileira é composta, cada vez mais, por pessoas idosas, como o religioso baiano, e vem enfrentando muitos desafios que degradam sua qualidade de vida, no Brasil. Vencer esses obstáculos é o principal passo a ser dado para que os direitos dos idosos sejam postos em prática no país.        Antes de tudo, é preciso estabelecer uma relação entre a população de idosos na sociedade brasileira e suas implicações. Com o avanço da medicina e de outras áreas, a pirâmide etária do Brasil vem apresentando um topo mais largo: segundo dados do G1, são mais de 26 milhões de pessoas com mais de 60 anos, com crescimento contínuo desde 2012. Esse envelhecimento populacional acaba por gerar uma crise previdenciária, em que o contingente de beneficiários supera o de contribuintes. No Brasil, por exemplo, está em tramitação a Reforma da Previdência, a qual pode aumentar o tempo de serviço dos brasileiros, diminuindo o bem estar social e prejudicando a população mais velha.         Além dessa problemática, há ainda casos que lesam o Estatuto da Pessoa Idosa dentro das famílias brasileiras. Algumas dessas, a título de exemplo, abandonam seus patriarcas, levando-os a asilos ou entidades afins. Nesses locais, muitos idosos acabam desenvolvendo doenças psíquicas, como a depressão. Ademais, há, ainda, casos de violência perpetrados contra a população mais experiente: de janeiro a março de 2015, de acordo com dados da Polícia Civil, foram registrados 400 casos na Delegacia de Proteção ao Idoso, sendo praticados por familiares ou cuidadores, nas residências. Nesse contexto, o lar, que deveria ser um lugar de carinho e proteção, torna-se sinônimo de dor e tristeza aos idosos.        Fica claro, portanto, que, para uma vida mais digna às pessoas mais velhas, tem de se enfrentar, no maior país sul americano, problemas de cunho econômico e social. Em primeiro lugar, deve-se encontrar outros meios de estancar a crise da Previdência, reduzindo os casos de corrupção, por exemplo. Além disso, as famílias têm papel fundamental na vida dos idosos, devendo procurar constantes interações e diálogos, para que eles usufruam de maior bem estar. Por fim, pode ser criado o Cadastro de Cuidadores de Idosos, pelo Ministério da Saúde, onde estejam inseridas informações acerca desses profissionais, bem como referências de trabalho anteriores, a fim de haver maior segurança na contratação desses. Sendo assim, poderão ser vencidos tais desafios e evitar-se-á que a qualidade de vida dos idosos brasileiros retorne àquela dos canudenses.